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Papa Francisco no Brasil

Gays receberão Papa com beijaço coletivo: 'Igreja legitima recriminação'

Grupo fará protesto em frente ao Palácio da Guanabara, onde o Papa se reunirá com a presidente Dilma Rousseff

22 jul 2013 - 16h01
(atualizado às 16h16)
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<p>Homossexuais organizam "beijaço coletivo" em protesto contra a visita do Papa</p>
Homossexuais organizam "beijaço coletivo" em protesto contra a visita do Papa
Foto: Maurício Tonetto / Terra

Quando chegar ao Palácio da Guanabara, logo após desembarcar na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, o papa Francisco será "recepcionado" por dezenas de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais com um beijaço coletivo. O ato, segundo a comunidade LGBT, é uma forma de protestar contra a recriminação que a Igreja supostamente provoca no mundo. A principal reclamação dos gays é um discurso proferido pelo Pontífice, que afirmou que "as relações homoafetivas são um perigo para a humanidade".

"Nós não temos a permissão social de, em lugares públicos, demonstrar afeto por pessoas do mesmo sexo. Somos recriminados, apanhamos, e o Papa e a Igreja legitimam essas atitudes quando dizem que as relações homoafetivas são o perigo da humanidade. Se um beijo é desrespeitoso, temos de ir para a rua e beijar", explicou Jouber Assunção, 22 anos, estudante de Pedagogia da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Um grupo de gays reuniu-se na tarde desta segunda-feira no largo do Machado, região central do Rio, para pintar cartazes. Eles se encontram com os demais manifestantes em frente ao Palácio da Guanabara para o beijaço. Mesmo temendo repressão e hostilização, o professor da rede municipal Wallace Berto, 31 anos, entende que é fundamental o envolvimento durante a visita do Papa.

Revista Time chama Francisco de o "Papa do Povo":

"Quando se traz um debate desses, se acirra ainda mais o ânimo dos conservadores. É uma faca de dois cortes. A violência e a opressão aumentam muito mais, mas eu estou engajado. É muito incômodo e cansaço de ser reprimido, proibido, a todo momento incentivado a não poder viver em paz, a não poder frequentar a cidade, a ter que me esconder. Isso me cansou. Não me permito mais ficar em casa aceitando esse tipo de coisa", disse ele.

Em cartazes distribuídos no largo do Machado, os defensores da causa LGBT citam trechos do Evangelho que falam sobre a igualdade entre os seres humanos e pedem que a Igreja pare de "fortalecer a violência": "dizendo que nossas relações são o mal da humanidade e nossos corpos uma deturpação do humano, a Igreja marginaliza nossos corpos e sexualidade, fortalecendo e legitimando toda a sorte de violência que sofremos".

 

 

Papa Francisco no Brasil
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2013 ocorre entre os dias 23 e 28 de julho, no Rio de Janeiro. O evento, realizado a cada dois ou três anos, promove um encontro internacional de jovens católicos com o Papa. A última edição da JMJ ocorreu em 2011, em Madri, na Espanha, e reuniu cerca de 2 milhões de pessoas, de mais de 190 países. O JMJ 2013 marca também a primeira grande visita internacional do papa Francisco desde sua nomeação como líder máximo da Igreja Católica, em 13 de março deste ano.

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Fonte: Terra
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