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Pai de Sean diz que não sai do Brasil sem o filho

18 dez 2009 - 18h40
(atualizado às 18h44)
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Julia Ribeiro
Direto do Rio de Janeiro

David Goldman, pai biológico de Sean, afirmou nesta sexta-feira que não sairá do Brasil sem levar seu filho. "O que eu quero é simples, é ser o pai dele. Só". O americano disse ainda que pretende entregar o presente de natal para Sean e não tem data definida para sair do País.

Goldman chegou ontem ao Brasil na esperança de buscar o filho, já que uma decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) havia determinado o retorno da guarda de Sean para seu pai no prazo de 48 horas.

No entanto, no mesmo dia da chegada de David ao Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu liminar para que o menino permaneça no Brasil, com a família de sua avó materna, até que seja ouvido pela Justiça. O ministro Marco Aurélio Melo concedeu um habeas corpus preventivo para impedir que o menino saia do País até que expresse sua vontade perante um juiz de primeiro grau. A família brasileira alega que ele quer permanecer no País.

"Só quero levar meu filho ao cinema, comer pipoca, como qualquer pai", disse Goldman ao lado do congressista republicano de Nova Jersey, Christopher Smith. Ele, assim como Orna Blum, porta-voz da Embaixada Americana, insistem em citar a Convenção de Haia, que prevê o retorno imediato para ambos no caso de pessoas retidas ilegalmente ou seqüestradas.

O ministro Marco Aurélio afirmou que não é possível aplicar a Convenção de Haia, pois não considera o caso como um sequestro. "Não considero sequestro porque quando eles eram casados eles vieram para o Brasil em consenso. A Constituição Brasileira está acima de dessa convenção", disse.

O congressista Christopher Smith está revoltando com o andamento do caso e as decisões da justiça brasileira. "Não entendo porque as pessoas não são capazes de compreender a simplicidade dessa história".

Ele também acusou as psicólogas da justiça brasileira, que os acompanham nos encontros, e a exposição de seu filho na mídia. Para ele, é a maior pressão psicológica que ele pode sofrer. "Com a câmera ligada, que criança no mundo não afirmaria veementemente que não quer ficar no seu País ao lado da sua família?", disse.

O pai de Sean afirmou que é contra o menino ser ouvido pela justiça brasileira ao completar dez anos. Goldman acredita que o emocional de seu filho está tão abalado que os depoimentos não seriam "genuínos" e imparciais.

Entenda

O pai biológico de Sean, David Goldman, luta para ter a guarda do filho desde a morte de sua ex-companheira, a brasileira Bruna Bianchi Carneiro. A briga pela guarda começou em 2004, quando Bruna deixou Goldman para uma suposta viagem de férias de duas semanas com o filho ao Brasil. Eles viviam na cidade de Titon Falls, Estado de New Jersey (EUA). Ao desembarcar no País, contudo, Bruna telefonou ao marido avisando que o casamento estava acabado e que não voltaria aos Estados Unidos.

A partir disso, foi travada uma batalha judicial pela guarda do garoto, na época com 4 anos. No Brasil, a Justiça reconheceu o divórcio pedido por Bruna sem a concordância de Goldman. Diante das leis americanas, contudo, eles permaneciam casados. Livre do compromisso com Goldman, Bruna se casou novamente com o advogado João Paulo Lins e Silva, mas no parto do segundo filho ela morreu.

Diante da ausência da mulher, David Goldman veio ao Brasil na tentativa de levar o filho de volta aos Estados Unidos. Desde então, ele briga pela guarda do garoto nos tribunais brasileiros, contra o padrasto de Sean e seus avós maternos.

Fonte: Especial para Terra
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