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PA: cidade sede de porto não está preparada para o ebola

Município de Santarém, que recebe com frequência navios vindos da África, foi alvo de recomendações do Ministério Público

20 out 2014 - 15h20
(atualizado às 15h22)
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A cidade de Santarém, no Pará, não está preparada para lidar com possíveis casos de suspeita de ebola. O problema é que ela é sede do porto graneleiro da Cargill, que recebe com frequência navios vindos do continente africano, que sofre com o surto da epidemia. A constatação é do Ministério Público Federal e do Ministério Público do Estado, que recomendaram às autoridades locais que tomem medidas para garantir a aplicação do protocolo para controle da doença na região. 

Nesse fim de semana, o porto recebeu uma embarcação que havia feito escala na Guiné, país gravemente afetado pelo ebola. Segundo nota enviada pelo MPF, o caso "expôs o despreparo das autoridades para lidar com a situação".

De acordo com o comunicado, em Santarém não existe equipe de investigação epidemiológica para fazer vistoria nos navios. Em toda a região amazônica, existe apenas um ponto de fiscalização fitossanitária para a entrada de navios na bacia, que fica no Amapá. 

O navio em questão, com bandeira das Bahamas, fez uma parada na cidade de Conacri, na Guiné, um dos principais focos da epidemia, e seguiu para Santarém. Ao passar pelo Amapá, teve permissão da Anvisa para prosseguir a viagem. Diante da comoção pública com a chegada do navio, a Cargill cancelou a atracação e a embarcação não parou por ali. 

No domingo, houve reunião de emergência na sede do MPF em Santarém com procuradores, promotores de Justiça, autoridades ambientais, portuárias e sanitárias.

“Ficou comprovado que o município não está preparado para o atendimento dos casos suspeitos de ebola, seja na ótica do paciente, seja na do profissional de saúde, ou mesmo para proceder à ativação do nível 2 do plano de contingência nacional de prevenção e controle do ebola”, diz a recomendação do MPF. 

Segundo ela, as secretarias de saúde estadual e municipal "devem, imediatamente, providenciar todas as condições para cumprir o plano de contingência e atender casos suspeitos do vírus". A Anvisa deve ainda instalar um ponto de investigação epidemiológica no porto para fiscalizar navios provenientes de países atingidos pelo surto.

Foto: Arte Terra

Fonte: Terra
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