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Política

Oposição diz que equipe econômica é "estelionato eleitoral"

27 nov 2014 - 20h56
(atualizado às 20h57)
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O anúncio definitivo na quinta-feira, da nova equipe econômica para o próximo mandato da presidenta Dilma Rousseff, provocou repercussões diversas no Congresso Nacional. Para a oposição, a escolha de Joaquim Levy para a Fazenda, Nelson Barbosa para o Planejamento e a manutenção de Alexandre Tombini no Banco Central representam um “estelionato eleitoral” por parte da presidente. Já os governistas elogiaram as indicações e rebateram as críticas.

<p>Aécio Neves disse que nova equipe econômica busca recuperar "a credibilidade perdida"</p>
Aécio Neves disse que nova equipe econômica busca recuperar "a credibilidade perdida"
Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), principal opositor de Dilma Rousseff na campanha presidencial, considerou a escolha uma tentativa de acalmar o mercado financeiro. No entanto, avalia Aécio, outras manobras fiscais da presidente acabam levando o País ao descrédito, caso da tentativa de rever a meta de superávit para este ano.

“A presidente escolheu novos nomes para a área econômica do governo tentando acalmar o mercado e recuperar a credibilidade perdida. Mas, ao mesmo tempo, protagoniza no Congresso mais um violento ataque à credibilidade do País ao afrontar a Lei de Responsabilidade Fiscal, alterando as metas de superávit e usando como moeda de troca os cargos públicos de sempre”, avaliou.

O líder do Democratas na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), considerou que as escolhas de Dilma representam o oposto do que ela prometeu ao longo da campanha eleitoral. A ortodoxia econômica associada aos novos ministros, na opinião de Mendonça, era o que Dilma criticava em seu principal adversário, o senador Aécio Neves.

“Cada atitude da presidente nesse pós-período eleitoral mostra que ela iludiu os brasileiros. Os juros subiram, a inflação bate o teto da meta corroendo o poder de compra do povo, e agora empossará um ministro da Fazenda ortodoxo para administrar o rombo nas contas do governo. Dilma age totalmente diferente do seu discurso de campanha”, declarou o líder.

Os governistas, no entanto, elogiaram as escolhas e rebateram as acusações da oposição. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que foi ministra da Casa Civil de Dilma, lembrou que os três ministros já fazem parte dos governos petistas desde os mandatos do ex-presidente Lula. Segundo ela, isso significa que não há contradição, uma vez que Dilma não está trazendo pessoas estranhas ao seu projeto de governo.

“Essas três pessoas, com certeza, vão dar à presidenta Dilma grande estabilidade, eu diria que são os três mosqueteiros da presidenta. Vão dar grandes condições de desenvolvimento e vão dar, sobretudo, condições de continuidade dos nossos programas sociais. Portanto, não tem uma contradição em relação ao discurso de campanha da presidenta Dilma, porque ela vai continuar exatamente com aqueles programas que estão dando esses índices e esse resultado para o Brasil”, completou Gleisi.

O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), também defendeu a escolha e disse que os nomes geram “credibilidade” e “expectativa positiva” no mercado financeiro. “Joaquim Levy é alguém que tem experiência na área e credibilidade. Convivi com o agora ministro Nelson Barbosa, portanto acho que a presidente fez a escolha adequada, e espero que isso gere a confiança no mercado para que a gente possa viver momento de expectativa positiva e de esperança”, disse.

Apesar do anúncio dos nomes, a nova equipe econômica só deverá tomar posse no próximo ano. Em nota, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República informou que os ministros Guido Mantega e Miriam Belchior permanecerão em seus cargos na Fazenda e no Planejamento, respectivamente, até que se conclua a transição e a formação das novas equipes de seus sucessores.

Agência Brasil Agência Brasil
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