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Brasil e ONU lançam Década Internacional de Afrodescendentes

Objetivo é promover o respeito, a proteção, os direitos humanos e as liberdades fundamentais dos povos afrodescendentes

22 jul 2015 - 15h19
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A Organização das Nações Unidas (ONU) e o governo brasileiro lançam nesta quarta-feira (22) oficialmente no Brasil a Década Internacional de Afrodescendentes, que se estende até 2024. O lançamento ocorre na abertura do Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha (Latinidades), em Brasília.

A década consta na Resolução 68/237 da Assembleia Geral da ONU. De acordo com a organização, o objetivo é promover o respeito, a proteção e os direitos humanos e liberdades fundamentais dos povos afrodescendentes, como reconhecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

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O lançamento será feito pela ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Nilma Lino Gomes, e pelo e coordenador residente do Sistema das Nações Unidas do Brasil, Jorge Chediek.

Ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes
Ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes
Foto: Agência Brasil

O festival é o maior de mulheres negras da América Latina. Foi criado em 2008 para comemorar o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho. Neste ano, o tema é Cinema Negro.

Uma pesquisa do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro mostra que as mulheres negras são minoria no cinema nacional. Entre 2002 e 2012, representaram 4% das atrizes dos 218 filmes nacionais campeões de bilheteria. Nenhum deles teve mulheres negras na direção ou no roteiro.

Em artigo publicado na página do Latinidades, a antropóloga Paula Balduino de Melo cita como exemplos de mulheres negras no cinema Camila Pitanga em Caramuru: A Invenção do Brasil? e Taís Araújo com a Cida em Filhas do Vento. "Mas, se formos parar para pensar mais profundamente, é difícil elencar muitas personagens negras", diz. "E muitas vezes as personagens negras desempenham papeis secundários nos filmes que assistimos", acrescenta.

Para divulgar o evento foi feito um anúncio que oferecia uma vaga para uma atriz negra para o papel de empregada. Quando a interessada ligava ouvia a seguinte gravação: ”Alô, o anúncio que você ouviu é fictício e faz parte da campanha do Festival Latinidades. Se você teve interesse pelo papel, gostaríamos de te convidar para o festival, um evento que vai discutir o papel da mulher negra no cinema e na sociedade. Se você achou isso um absurdo, junte-se a nós“.

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“A gente fez uma campanha para justamente trabalhar a representação social das mulheres negras e da forma como somos hegemonicamente no cinema, que é como empregadas ou escravas. A ideia foi trabalhar a partir dessa imagem para questioná-la”, diz a coordenadora de atividades formativas do festival, Bruna Pereira.

Entre os participantes do Latinidades estão as cantoras Elza Soares, Tássia Reis e Folakemi, a professora da Universidade de Drexel, nos Estados Unidos, Yaba Blay; a premiada roteirista de televisão, teatro e cinema, além de produtora executiva de aclamadas séries televisivas, a norte-americana Kathleen McGhee Anderson, e a companhia teatral Os Crespos.

A programação do festival está disponível no site www.afrolatinas.com.br.

*Com informações da Radioagência Nacional

Agência Brasil Agência Brasil
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