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ONS: backup para evitar apagão custaria até R$ 600 mi mensais

26 nov 2009 - 10h20
(atualizado às 10h23)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou nesta quinta-feira que seria antieconômico um eventual sistema de segurança para garantir pelo menos 4 mil megawatts de energia por meio de usinas térmicas e que funcionaria como mecanismo de socorro em caso de pane na hidrelétrica de Itaipu. De acordo com o funcionário, os custos de manter as térmicas em funcionamento diário seria de até R$ 600 milhões por mês.

Em um restaurante de Copacabana, no Rio, clientes jantaram à luz de velas
Em um restaurante de Copacabana, no Rio, clientes jantaram à luz de velas
Foto: AP

"Imagine o que é gerar R$ 600 milhões de custo para prover um sistema de segurança de uma situação que nunca aconteceu. É antieconômico", comentou o diretor-geral do ONS ao participar de audiência pública no Senado Federal.

"Não se espera que, para evitar essa contingência de probabilidade remotíssima, você gere (esse custo). Custaria de R$ 500 milhões a 600 milhões por mês. Não se usa isso porque a possibilidade (de ocorrer apagão) é remota", disse. "O incidente tem pouca probabilidade de acontecer, o que elimina a justificativa para investimentos de grande porte", ressaltou.

Apesar de ter conseguido, no dia 10 de novembro, restabelecer a geração e distribuição de energia em razoavelmente pouco tempo, Hermes Chipp disse que o governo nunca está satisfeito com a velocidade de recomposição do sistema e busca sempre aperfeiçoá-lo para minimizar os transtornos ao cidadão.

"Não estamos nunca sossegados nem confortáveis com o tempo de recomposição. A meta é reduzir sempre. Não estamos satisfeitos, mesmo que a nível internacional é bom", disse, observando que um blecaute nos Estados Unidos, por exemplo, precisou de quatro dias para ser contornado.

Falta de Luz

Por volta das 22h30 de terça-feira (10), as 18 unidades geradoras da usina de Itaipu começaram a "rodar no vazio" - ou seja, não conseguiam passar eletricidade para a rede distribuidora. O problema atingiu pelo menos 18 Estados, sendo que quatro deles (Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo) ficaram completamente às escuras. Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rondônia foram parcialmente atingidos pela falta de luz. A situação foi normalizada entre a noite de terça-feira e a madrugada e manhã desta quarta-feira.

Três linhas de transmissão com problemas teriam causado o apagão. De acordo com o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, duas das linhas vão de Ivaiporã, no Paraná, a Itaberá, no sul de São Paulo. A terceira liga Itaberá a Tijuco Preto, no sul de Minas Gerais. O problema, afirma Zimmermann, foi possivelmente causado por condições meteorológicas adversas.

Com 18 unidades geradoras e 14 mil megawatts de potência instalada, a usina binacional de Itaipu fornece 19,3% da energia consumida no Brasil e abastece 87,3% do consumo paraguaio. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), 28,8 mil megawatts de potência foram perdidos com a pane (cerca de 40% da energia do Brasil), o que impossibilitou o fornecimento para as demais regiões. Para abastecer o Estado de São Paulo, por exemplo, são necessários cerca de 17 mil megawatts.

Fonte: Redação Terra
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