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Mundo

ONG pedem que Brasil, Índia e África do Sul pressionem Síria

4 ago 2011 - 17h23
(atualizado às 17h31)
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Um grupo de organizações defensoras dos direitos humanos pediu nesta quinta-feira ao Brasil, Índia e África do Sul que pressionem o governo da Síria para que ponha fim "ao uso extremo da violência" e a outras violações contra manifestantes.

As ONGs Avaaz, Anistia Internacional (AI), Global Centre for the Responsibility to Protect e Human Rights Watch (HRW) enviaram uma carta aos ministérios de Exteriores desses países sobre o assunto.

As três nações e Rússia e China, membros com direito a veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, estão reticentes em condenar a violência exercida pelo regime de Damasco contra opositores e manifestantes civis há quase três meses.

"Deveriam pedir à Síria para por fim ao uso extremo de violência e ao uso excessivo da força contra manifestantes pacíficos, e que respeitem os direitos humanos e as liberdades fundamentais, incluindo, a de expressão e a de assembleia", diz a carta.

Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota; da Índia, Shri Ranjan Mathai, e da África do Sul, Maite Nkoana-Mashabane receberam o texto.

O Conselho de Segurança da ONU condenou na quarta-feira o regime sírio pela violenta repressão que exerceu contra a população civil desde o início dos protestos e pediu o fim imediato da violência.

Os 15 membros, após vários meses de bloqueio, condenaram "as violações generalizadas dos direitos humanos e o uso da força contra os civis por parte das autoridades sírias", em um texto que finalmente foi apresentado como uma declaração presidencial, de menor categoria que uma resolução.

Em sua carta, estas organizações que contam com quase meio milhão de afiliados, pediram a esses três países que intercedam para o envio ao país árabe de uma delegação do escritório do alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACDH), a fim de investigar os abusos cometidos na região.

Isso inclui, diz a carta, "as mortes, desaparecimentos, torturas e prisões ilegais" na Síria desde que começaram os protestos.

Segundo os dados dessas organizações, pelo menos 130 pessoas morreram desde 29 de julho, além dos 1,6 mil mortos registrados desde março.

As ONGS acrescentaram que a maioria das vítimas era de manifestantes e moradores que receberam "disparos das forças de segurança e do Exército" sírios, além de "milhares estarem presos, muitos deles incomunicáveis, torturados e maltratados".

"Há provas de crimes contra a humanidade, como parte de ataques generalizados e sistemáticos contra a população civil", informa a carta.

As organizações também pediram a esses três países que instem à Síria para que permita a entrada no país de missões humanitárias, da imprensa e de grupos independentes pró-direitos humanos e para libertarem prisioneiros políticos.

EFE   
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