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Oferta insuficiente gerou 'apagão' no País, diz especialista

Minutos antes da interrupção de energia houve um recorde de consumo de energia elétrica, motivado pelo calor excessivo em São Paulo e no Rio de Janeiro

21 jan 2015 - 21h29
(atualizado às 21h30)
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Poste de luz em São Paulo . 23/06/ 2014.
Poste de luz em São Paulo . 23/06/ 2014.
Foto: Nacho Doce / Reuters

O coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), Nivalde de Castro, disse que a falta de energia elétrica registrada na última segunda-feira (19) em estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste foi problema de desequilíbrio entre oferta e demanda, causado por um pico de demanda. “As usinas em funcionamento não conseguiram atender a essa demanda e houve necessidade desse corte seletivo do Operador Nacional de Energia Elétrica (ONS)”.

Nivalde defendeu a atuação do ONS. “Foi uma operação correta”. Ele discordou, porém, da análise feita pelo Ministério de Minas e Energia.  “O diagnóstico que o ministério está fazendo, na nossa opinião,  não é a hipótese mais previsível”.  Em entrevista na última segunda-feira (19), o ministro Eduardo Braga informou que a falta de energia elétrica que atingiu as três regiões brasileiras  decorreu de problema técnico em uma linha de transmissão de Furnas. Isso teria ocasionado uma variação na frequência do Sistema Interligado Nacional (SIN), levando ao desligamento de várias usinas de geração.

Durante apagão, Itaipu Binacional não parou de gerar energia:

Castro destacou que minutos antes da interrupção de energia houve um recorde de consumo de energia elétrica, motivado pelo calor excessivo em São Paulo e no Rio de Janeiro, os dois principais mercados consumidores de energia no país. “Os reservatórios [estão] baixos, as hidrelétricas não têm a capacidade de responder rapidamente e todas as termelétricas estão funcionando. Então, a nossa percepção é que esse tipo de problema pode ocorrer novamente, caso permaneça o calor e a falta de chuva”.

O coordenador do Gesel advertiu, entretanto, que ainda não se pode falar em racionamento. Segundo ele, só vai se ter uma posição clara sobre a possibilidade de racionamento em abril, quando terminar o período úmido. “Aí, o ONS vai ter em suas mãos  as informações sobre  nível dos reservatórios, quantidade de termelétricas e estimativa de demanda. Ele vai poder fazer uma análise técnica para dizer se conseguimos chegar até novembro, quando se inicia o novo período de chuvas”. Antes de abril,  “ninguém deve falar em racionamento, porque não é correto”, sustentou.

No momento, embora estejamos no período úmido, a conjugação de poucas chuvas e calor elevado tem provocado problemas de blecaute, indicou o professor Nivalde de Castro. Esses blecautes são localizados e temporários e exigem ação como a feita pelo ONS na segunda-feira, acrescentou.

O Gesel-UFRJ avaliou que é hora de o governo lançar campanha para estimular consumo racional de energia elétrica pela população. Castro disse que o governo poderia usar, por exemplo, o sistema de bandeiras tarifárias utilizado pelas empresas distribuidoras, em vigor a partir deste mês, e que permite o repasse mensal para a conta de luz do custo extra das distribuidoras com o uso de termelétricas. 

Agência Brasil Agência Brasil
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