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OAB classifica como "massacre" repressão da PM a professores

Entidade divulgou nota chamada "A democracia de luto" e cobrou apuração do MP-PR, que está em busca de depoimentos e imagens da violência

30 abr 2015 - 11h10
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A Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR) classificou como “massacre” a repressão da Polícia Militar aos professores em greve no Centro Cívico, na tarde dessa quarta-feira, em Curitiba.

Na nota intitulada “A democracia de luto”, a diretoria da OAB paranaense expressou repúdio pelas cenas de violência da véspera na qual cerca de 200 pessoas ficaram feridas. Os manifestantes, a maioria, professores, tentava entrar na Assembleia Legislativa do Estado para acompanhar a segunda votação do projeto de lei que trata de mudanças na previdência dos servidores. O prédio da Alep foi cercado pela PM.

Para a OAB, cenas de ontem no Centro Cívico de Curitiba foram "massacre"
Para a OAB, cenas de ontem no Centro Cívico de Curitiba foram "massacre"
Foto: Gabriel Rosa / SMCS

“A Polícia Militar deve agir para garantir a integridade da população, não para executar o massacre que se presencia no momento”, descreveu a nota, feita ontem. “A truculência já resulta em feridos. Basta! Exige-se do Ministério Público do Estado a imediata apuração das responsabilidades sobre esses lamentáveis episódios”, finalizou o texto.

Nesta quinta-feira, o Ministério Público busca imagens e depoimentos para apurar se houve excesso na repressão policial aos manifestantes. O procedimento foi instaurado ontem, mas, até hoje de manhã, segundo a assessoria de imprensa do MP, ninguém havia se apresentado para relatar a violência do dia anterior.

Apesar da repressão, o MP-PR já havia expedido recomendação ao Governo do Estado, à Secretaria de Segurança Pública e ao Comando-Geral da Polícia Militar para que eventual intervenção policial ficasse limitada a “garantir a segurança dos manifestantes, excetuada a contenção de eventuais infrações penais”.

Após o cerco da PM aos manifestantes, o governador Beto Richa (PSDB) concedeu entrevista coletiva na qual alegou que a violência teria partido de vândalos infiltrados no movimento dos professores.

“Os policiais ficaram parados protegendo o prédio público”, disse Richa, que completou: “Na medida em que os manifestantes avançam, os policiais têm que reagir, e temos imagens que mostram pessoas infiltradas, que que não são do movimento dos professores, que radicalizaram, criaram arruaça e promoviam o confronto e a depredação do patrimônio público”, justificou.

Ao todo, sete pessoas foram presas. O projeto que altera o sistema previdenciário dos servidores paranaenses passou com 31 votos a favor e 20 contra. A matéria segue agora para sanção do governador.

Fonte: Terra
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