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Número de homicídios de mulheres cresce 21% em 10 anos no Brasil

9 nov 2015 - 12h20
(atualizado às 13h31)
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O número de feminicídios no Brasil cresceu 21% em dez anos, passando de 3.937 em 2003 para 4.762 em 2013, o faz com que o país tenha a quinta maior taxa de mortes violentas femininas no mundo, com 4,8 assassinatos por cada 100 mil moças, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira pelo governo.

A violência contra a mulher negra foi o que mais cresceu. Nesse caso, o aumento dos assassinatos foi de 54% em dez anos, enquanto a quantidade de mulheres brancas vítimas de homicídios caiu 9,8% no mesmo período, de acordo com o "Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres".

O número de mulheres negras assassinadas saltou de 1.864 em 2003 para 2.875 em 2013. O de brancas, por sua vez, caiu de 1.747 em 2003 para 1.576 em 2013, segundo o relatório elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e divulgado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da presidência.

Com uma média de 13 mulheres mortas por dia em 2013, o Brasil foi o quinto país com a maior taxa de violência feminina entre as 83 nações com estatísticas disponíveis na Organização Mundial da Saúde (OMS). Apenas El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia têm taxas maiores.

De acordo com o sociólogo argentino Julio Jacobo Waiselfisz, autor do estudo, 50,3% dos homicídios de mulheres no Brasil são cometidos por parentes e 33,2% por parceiros ou ex- parceiros.

Das mortes em 2013, 48,8% foi provocada por armas de fogo, 25,3% por objetos cortantes ou perfurantes e 6,1% por estrangulamento.

O relatório mostrou que os maiores índices de homicídios de mulheres estão nas cidades menores. A pequena cidade de Barcelos, no Amazonas, e que tem 20 mil habitantes, por exemplo, tem uma taxa de 45,2 homicídios por cada 100 mil mulheres. De acordo com Waiselfisz, os números mostram que a violência contra a mulher tende a ser maior em municípios pequenos com baixos níveis de saúde e educação.

EFE   
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