PUBLICIDADE

Polícia

Polícia prendeu 139 e identificou 181 por morte de PMs em SP

5 dez 2012 - 18h21
(atualizado às 20h06)
Compartilhar
Hermano Freitas
Direto de São Paulo

A Polícia Militar informou ter prendido até esta quarta-feira 139 pessoas e identificado um total de 181 por envolvimento na morte de policiais militares neste ano. Prioridade máxima da Secretaria de Segurança Pública do Estado, a investigação dos responsáveis pela onda de violência que já matou 100 PMs e outras dezenas de cidadãos terá uma integração das inteligências da Polícia Civil e Militar a partir desta semana.

Homicídios, estupros e roubos crescem em SP em 2012

Veja o mapa dos assassinatos em SP

Segundo o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Benedito Meira, três delegados de Polícia Civil e três oficiais da PM integrarão um gabinete de inteligência dentro da Secretaria da Segurança Pública para estudar os casos de ataques e identificar e prender os responsáveis. A prioridade da pasta é estabelecer a relação entre crimes de chacina e os atentados contra policiais. "Nosso primeiro foco é este ataque. Vamos descobrir por que estão ocorrendo estes crimes e se tem vínculo com os ataques a policiais", afirmou durante formatura de soldados na última sexta-feira.

Reuniões diárias

O novo secretário de Segurança Pública de São Paulo, o ex-procurador-geral de Justiça, Fernando Grella Vieira, teve uma primeira semana de gestão com reuniões diárias junto à cúpula das polícias. Nas duas únicas manifestações públicas desde que assumiu o cargo, uma durante visita do governador Geraldo Alckmin (PSDB) à favela de Paraisópolis e outra na manhã de sexta-feira em formatura de policiais, declarou a intenção de aprofundar a parceria com o governo federal no campo da segurança.

Sobre os encontros que tem mantido com o delegado Mauricio Blazeck e o coronel Benedito Roberto Meira, afirmou que são discutidas as estratégias a serem implementadas na repressão à onda de violência - sem discorrer sobre os detalhes destas estratégias. Na manhã de sexta, o comandante da Polícia Militar, coronel Benedito Meira, disse que nestas reuniões é realizado uma análise dos acontecimentos das noites anteriores e são estabelecidas estratégias para o enfrentamento das ações criminosas.

Uma das primeiras diretrizes da nova gestão, de acordo com manifestações do governador e do secretário, é a diminuição do espaço de tempo em que um crime foi cometido e a chegada da Polícia Científica para periciar o local. Acredita-se que a chegada rápida de uma equipe de legistas está diretamente relacionada com as possibilidades de solução de um homicídio. "Vamos aprimorar o tempo de chegada do Instituto de Criminalística ao local do crime. Isto é muito importante", disse Grella. Segundo o diretor da Polícia Técnico-Científica, Celso Perioli, não há um prazo específico. "O prazo é o mais rápido possível", afirmou. Ele diz que este tempo atualmente tem sido de 56 minutos, em média.

Reforma no DHPP

Os encontros diários incluíram até uma reunião com o governador durante o último fim de semana, segundo o próprio Alckmin. "Domingo até despachei longamente com o doutor Grella", disse a jornalistas, sem mais detalhes. A mudança do secretário foi marcada por uma mudança no discurso do governador. No fim da gestão de Antonio Ferreira Pinto, com um saldo diário de até 10 mortes na periferia, Alckmin citava estatísticas consideradas positivas para responder ao questionamento de jornalistas sobre a onda de violência. Com a mudança de secretário, passou a dizer que a meta é voltar às boas taxas.

Grella afirmou que deve visitar nesta semana o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para apurar as carências do órgão responsável pela investigação de mortes. Para Perioli, a transferência da investigação de todas as ocorrências dos chamados "autos de resistência" da Polícia Militar afogou o órgão. "Nós temos que restabelecer um sistema diferenciado para dar resposta mais rápida aos casos, não se pode em um plantão que atende homicídios todas as resistências de uma cidade como São Paulo e Grande São Paulo serem levadas a um único lugar", afirmou.

Onda de violência

Desde o início do ano, 100 policiais foram assassinados no Estado. Desse total, 21 eram aposentados e três estavam em serviço. Além disso, o Estado continua a enfrentar um grande índice de violência. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, só na capital foram registrados 1.135 casos de homicídios dolosos entre janeiro e outubro, mais do que todo o ano de 2011. O mês de outubro foi o mais violento dos dois últimos anos na cidade, com 176 mortos. Em todo o Estado, foram 4.007 casos registrados desde janeiro.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade