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Polícia

PF prende 33 em operação contra quadrilha de espionagem

26 nov 2012 - 12h44
(atualizado às 14h11)
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A Polícia Federal começou a desarticular nesta segunda-feira duas organizações criminosas, uma especializada na venda de informações sigilosas e outra voltada à prática de crimes contra o sistema financeiro nacional. A Operação Durkheim já prendeu 33 pessoas, e 87 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos Estados de São Paulo, Goiás, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal.

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Entre os investigados, está o presidente da Federação Paulista de Futebol e vice-presidente da CBF, Marco Pelo Del Nero. Ele já prestou depoimento e foi liberado em seguida.

O inquérito policial teve início em setembro de 2011 para investigar os desdobramentos da investigação do suicídio de um policial federal na cidade de Campinas (SP) em dezembro de 2010, o que apontou a possível utilização de informações sigilosas, obtidas em operações policiais, para extorquir políticos, suspeitos de envolvimento em fraudes em licitações.

Durante as investigações, os agentes identificaram dois grupos criminosos. Eles atuavam em paralelo, de modo independente e tinham como elo a mesma pessoa investigada. Conforme a Polícia Federal, foi descoberta uma grande rede de espionagem ilegal, composta por vendedores de informações sigilosas que se apresentam ao mercado como detetives particulares, e por seus fornecedores, pessoas com acesso aos bancos de dados, como funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos. Dentre as vítimas há políticos, desembargadores, uma emissora de televisão e um banco.

A outra organização tinha como atividade principal a remessa de dinheiro ao exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central.

Cerca de 400 policiais federais participam da operação. Além das prisões, os agentes devem cumprir 34 mandados de coerção coercitiva (quando a pessoa é levada para prestar depoimento e liberada em seguida). Conforme a PF, 67 pessoas serão indiciadas.

Os investigados responderão a uma lista de crimes: divulgação de segredo, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, interceptação telefônica clandestina, quebra de sigilo bancário, formação de quadrilha, realização de atividade de câmbio sem autorização do Banco Central, evasão de divisa e lavagem de dinheiro. As penas variam entre 1 e 12 anos de prisão.

Em nota, Marco Polo disse que foi surpreendido pela operação da Polícia Federal nesta madrugada em sua casa, segundo ele "em busca de documentos não relacionados à sua atividade na entidade (FPF) e de seu escritório de advocacia".

Durkheim

A Polícia Federal explica que a operação foi batizada de Durkheim em alusão ao intelectual francês, um dos pais fundadores da sociologia, que escreveu o livro O Suicídio, fato que deu início à operação.

Fonte: Terra
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