ONG defende mobilização pela vida de policiais de SP
- Hermano Freitas
- Direto de São Paulo
O presidente do Instituto São Paulo Contra a Violência (ISPCV), Eduardo Ribeiro Capobianco, defendeu na noite desta quarta-feira, em São Paulo, uma mobilização da sociedade pela vida dos policiais diante do que chamou de "crise da Segurança Pública". Em discurso para uma plateia composta por policiais, em sua maioria militares, o empresário classificou o momento em que entregava a premiação do serviço Disque-Denúncia como "delicado". "Temos que nos mobilizar para proteger a vida de nossos policiais", afirmou.
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Em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, o ISPCV homenageou com uma placa comemorativa e entregou um tablet como prêmio a seis batalhões e seis delegacias de polícia paulistas. Entre os premiados, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o Instituto de Criminalística (IC) e as Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), a última unidade recebendo a maior ovação do público presente. Todos os premiados foram agraciados por sua atuação em casos de destaque.
Substituindo o governador Geraldo Alckmin e o Secretário de Segurança Pública Antonio Ferreira Pinto - o primeiro em viagem a Brasília e o segundo que alegou um "compromisso" - o secretário-adjunto Jair Manzano tratou de minimizar as declarações do anfitrião para as duas equipes de reportagem presentes. Questionado sobre o ambiente em que o prêmio estava sendo entregue, Manzano elogiou o trabalho da própria pasta. "Se falarmos em crise, temos que falar em crise na Segurança Pública do Brasil. São Paulo é a melhor SSP do Brasil, quando se faz comparativos é com o Exterior, por que não com o Brasil? Os melhores números estão todos aqui", afirmou. Ele classificou a premiação como um "reconhecimento importante" ao trabalho policial.
Manzano foi designado pelo governo estadual para ocupar o posto de coordenador da nova agência integrada de inteligência policial em parceria com o governo de Dilma Roussef. Sobre a iniciativa, que evita classificar como um novo órgão, diz que é "prematuro" fazer qualquer avaliação. Ele disse que a novidade é o "foco novo" que será dado ao trabalho. "Será uma nova abordagem", avaliou.
Onda de violência
Desde o início do ano, ao menos 90 policiais foram assassinados no Estado. Desse total, 18 eram aposentados e três estavam em serviço. Além disso, o Estado continua a enfrentar um grande índice de violência. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, só na capital houve um crescimento de 102,82% no número de pessoas vítimas de homicídio no mês de setembro, em comparação ao mesmo período do ano passado. Em todo o Estado, a alta foi de 26,71% no mesmo período.