CE: em solidariedade a comunidades indígenas, grupo protesta
- Arituza Timbó
- Direto de Fortaleza
Uma cena curiosa chamou a atenção de diversas pessoas que passavam pelo Centro de Fortaleza, na manhã deste sábado. Um grupo, composto por pessoas da sociedade civil e de comunidades indígenas do Estado, coreografaram uma caminhada da Praça dos Leões até o Praça do Ferreira como um ato de protesto em defesa das comunidades indígenas ameaçadas de expulsão de suas terras. "Esse ato é emergencial em solidariedade aos Guarani-Kaiowá. Não é de hoje que acontece o genocídio de várias comunidades no nosso País. Também queremos chamar a atenção para questões indígenas cearenses", afirmou a organizadora da manifestação, Andréa Saraiva.
De acordo com ela, em novembro, o grupo voltará a se reunir. "Hoje foi a nossa preparação. No próximo dia 9, às 15h, iremos nos concentrar na Praça da Bandeira, como todas as comunidades indígenas do Ceará, e de lá vamos repetir a caminhada até a Praça do Ferreira. Essa manifestação será nacional, já que o ato irá se repetir em diversas cidades do Brasil", adiantou Andrea.
Cerca de 300 pessoas estiveram presentes à atividade. Entre elas, índios das comunidades Tapeba (Caucaia) e Pitaguari (Pacatuba). "Viemos nos solidarizar aos nossos parentes Guarani-Kaiowá. A saúde não chega até nós, não temos acesso à educação e viemos lutar pela demarcação do nosso territórios", alegou Marciane Tapeba, da Comunidade Vila dos Cacos, na Região Metropolitana de Fortaleza.
A manifestação terminou no fim da manhã de hoje, mas todos os presentes se comprometeram em manter suas articulações por meio do Facebook. Foi através da rede social que eles marcaram o encontro deste sábado. "Primeiro, mudamos nossos sobrenomes para Guarani-Kaiowá e depois surgiu a ideia de criar o evento 'Ato Somos Todos Guarani-Kaiowá-Ceará' para que pudéssemos organizar algo em solidariedade à população indígena", explicou Andrea.