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Polícia

SP: interdição judicial seria motivo para homem atirar em 3 pessoas

18 out 2012 - 12h22
(atualizado às 14h42)
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Vagner Magalhães
Direto de São Paulo

O advogado José Cociolito, que trabalha para a família de Fernando Gouvêa, 33 anos, o homem que atirou em três pessoas na manhã desta quinta-feira em São Paulo, disse que foi contratado há 15 dias para providenciar a internação de Gouvêa, que sofre de esquizofrenia. Segundo a PM, ele se irritou com a intimação judicial para sua interdição e atirou contra um dos enfermeiros, o oficial de Justiça e uma mulher identificada como Sílvia, que levou um tiro de raspão.

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Enquanto não se rende, atirador acompanha próprio caso por TV:

Após os disparos, o homem se trancou dentro de casa, na rua Castro Alves, no bairro Liberdade, e avisou que possuía armas no local. Segundo Cociolito, Sílvia seria a dona da casa onde Gouvêa mora há dois meses.

De acordo com o tenente-coronel Marcelo Pignatari, um dos comandantes da operação, o atirador disse que se feriu na cabeça e no braço, "provavelmente quando entrou em luta com uma das pessoas que foram cumprir o mandato judicial".

Pignatari falou que as vítimas estavam caídas em frente à residência. Os três feridos foram levados ao Hospital Vergueiro. Segundo o militar, Gouvêa não fez nenhum tipo de exigência, apenas está revoltado com a medida judicial. "No momento que conversávamos por celular, ele mostrava revolta. É uma ocorrência sempre imprevisível porque ele não tem total capacidade de discernir o que está acontecendo".

Segundo o tenente-coronel, a PM está com um psicólogo no local, e a negociação acontece via celular. "Nós estamos com policiais junto à porta e no entorno da residência. Não há nenhuma possibilidade de ele fugir, portanto não temos pressa, esperamos o desfecho da ocorrência, que ele se entregue para providenciar o socorro."

O advogado Cociolito explica que a família entrou com pedido de interdição do rapaz, uma medida protetiva que seria para avaliação psicológica dele e uma eventual internação compulsória, por isso a necessidade de um enfermeiro acompanhar o oficial de Justiça. O destino dele seria Itabira (MG). Segundo o advogado, desde setembro do ano passado o homem apresenta quadros de surtos.

Pignatari disse que, a partir da hora do almoço, a conversa com o atirador passou a fluir melhor: "Ele está mais calmo e que aparenta ter a noção do que fez". A negociação acontece pelas janelas dos sobrados dos vizinhos. Segundo o tenente-coronel, em nenhum momento Gouvêa fez menção de atentar contra as pessoas e nem contra a própria vida. "Queremos que ele se entregue para ser tratado. Estamos fazendo a negociação e não trabalhamos com tempo estipulado". A mãe dele está na região, mas não teve contato com o filho.

Fonte: Terra
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