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Polícia

MP-PR e Polícia Civil investigam desaparecimento de jornalista

16 out 2012 - 14h33
(atualizado às 14h39)
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Roger Pereira
Direto de Curitiba

O Ministério Público do Paraná e o grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), da Polícia Civil, investigam o desaparecimento de um jornalista curitibano de 38 anos. Andeson Leandro da Silva está desaparecido desde o último dia 10, quando saiu de sua produtora para uma reunião com um cliente no município de Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba. Pela atuação junto a movimentos sociais de Silva, a família acredita se tratar de um crime de motivação política.

Anderson é proprietário de uma produtora de TV que realiza diversos trabalhos para sindicatos e movimentos sociais. Além da família, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) chamaram a atenção das autoridades para a possibilidade de motivação. Conforme registrado em imagens feitas por câmeras de segurança, Anderson deixou sua produtora por volta de 12h30 da última quarta-feira. Ele avisou ao filho de 13 anos que iria fazer um orçamento de trabalho na cidade de Quatro Barras, e que voltaria para buscá-lo. Por volta de 20h30, o filho telefonou para sua mãe dizendo que o pai não havia retornado.

A irmã de Silva, Ângela, acredita em sequestro político. "Ele tem um trabalho comprometido com a transformação social, a denúncia da opressão, e isso pode ser a causa do sequestro." Em 2008, o jornalista ficou ferido com estilhaços de balas de borracha quando flagrou policiais atirando contra manifestantes sem-teto e um grupo de jornalistas durante uma desocupação feita pela Polícia Militar. "Ele atua há aproximadamente 20 anos no movimento popular e, por isso mesmo, é detentor do maior acervo de imagens políticas e de cenas de conflitos relacionados às pressões dos movimentos sociais do Paraná", disse a irmã.

Ângela contou que a família conseguiu a quebra do sigilo telefônico e, nos registros, consta que ele fez ou recebeu uma ligação em Quatro Barras. "Não constatamos nenhuma movimentação nas contas bancárias dele neste período", disse ela, descartando a possibilidade de roubo.

Em nota, a Abraji disse estar preocupada com o desaparecimento do jornalista, com "fortes indícios de que seja mais um grave atentado contra o jornalismo, com as características clássicas de vingança motivada pela atividade jornalística". "É urgente a apuração dos fatos pelas autoridades."

Fonte: Especial para Terra
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