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Polícia

GO: filho de delegado citado no caso Cachoeira é assassinado

24 set 2012 - 13h06
(atualizado às 15h38)
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O filho de um delegado de Aparecida de Goiânia foi assassinado com dois tiros na madrugada desta segunda-feira na cidade, que fica na região metropolitana da capital. O pai da vítima é o delegado da Polícia Civil Hylo Marques, que foi citado nas investigações da Operação Monte Carlo da Policia Federal como integrante do grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

O bicheiro Carlinhos Cachoeira chega na 5ª Vara Criminal de Brasília para prestar depoimento
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Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

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De acordo com a polícia, o jovem estava a pé com três amigos quando homens em um carro abordaram o grupo, falaram para o grupo se despir e correr. Enquanto eles corriam, o filho do delegado foi atingido.

A polícia ainda não tem as reais causas do assassinato, mas afirma que já há suspeitos. O caso foi registrado na Delegacia de Homicídios da cidade.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Fonte: Terra
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