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DF: Gleisi Hoffmann critica servidores dos Correios em greve

21 set 2012 - 08h58
(atualizado às 09h40)
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Diogo Alcântara
Direto de Brasília

Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro nesta sexta-feira, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, criticou os funcionários dos Correios que estão em greve. A ministra alegou que a situação econômica não é favorável à concessão de novos reajustes e lembrou que a categoria já foi contemplada em 2011.

A ministra falou sobre as atuais greves de servidores públicos no Brasil
A ministra falou sobre as atuais greves de servidores públicos no Brasil
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

Veja como a greve dos servidores federais pode afetar sua rotina

"Eles já fizeram greve no ano passado, já tiveram reajustes. Temos de saber que há limites e há uma situação econômica", disse Gleisi Hoffmann. A ministra defendeu também a aprovação do projeto de lei que regula o direto de greve. Para ela, "esse debate o Congresso Nacional deve à sociedade brasileira".

"Nós vivemos numa democracia. Eu concordo que não podemos ter abusos. O direito de greve não pode ferir o direito do cidadão", criticou a ministra. Gleisi considera que a onda de greves que afetou mais da metade de todos os servidores públicos federais poderá afetar a tramitação do projeto de lei, em trâmite no Congresso Nacional. "Com o abuso que tivemos nessa greve recente vai ter reflexos", disse.

A ministra não quis fazer críticas diretas aos pedidos de aumento do Ministério Público Federal, encabeçado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. De maneira genérica, declarou: "Nós temos de colocar nele o que é possível com a receita arrecadada com os impostos dos cidadãos."

O movimento grevista
Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais cresceram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias entraram em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. O Ministério do Planejamento estima que a paralisação tenha envolvido cerca de 80 mil servidores. Em contrapartida, os sindicatos calculam que 350 mil funcionários aderiram ao movimento.

A greve afetou servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, das Relações Exteriores, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.

Após apresentar proposta de aumento de 15,8%, dividido em três anos, o governo encerrou no dia 26 de agosto as negociações com os servidores. Policiais federais e funcionários do Incra foram as únicas classes que continuaram em greve após o fim das negociações. O orçamento anual do governo, com a previsão de gastos com a folha de pagamentos dos servidores em 2013, foi enviado ao Congresso em 30 de agosto.

No dia 19 de setembro, trabalhadores dos Correios deflagraram uma greve em pelo menos 18 Estados e no Distrito Federal. O comando de negociação reivindica 43,7% de reajuste, R$ 200 de aumento linear e piso salarial de R$ 2,5 mil. Quatro sindicatos dissidentes (São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Bauru), que se desfiliaram da federação, reivindicam 5,2% de reposição, 5% de aumento real e reajuste linear de R$ 100. O salário-base inicial de carteiros, atendentes comerciais e operadores de triagem e transbordo é R$ 942.

Fonte: Terra
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