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RJ: policiais federais em greve protestam em Copacabana

19 set 2012 - 14h12
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Trinta placas, lembrando grandes operações da Polícia Federal (PF) desenvolvidas no País - como Satihagara, Anaconda, Matusalém, Sanguessuga, Mãos Limpas, Voucher, Navalha, Mãos Limpas e Caixa de Pandora - foram fincadas nas areias da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira. A ação fez parte do protesto organizado por agentes, escrivães e papiloscopistas que estão em greve há 42 dias, exigindo a reestruturação da carreira e salarial.

Em greve, policiais federais protestaram nesta quarta-feira na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro
Em greve, policiais federais protestaram nesta quarta-feira na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro
Foto: Luiz Roberto Lima / Futura Press

Veja como a greve dos servidores federais pode afetar sua rotina

Mobilizados na segunda mais longa greve da história - a última foi em 2004 e durou 60 dias - , cerca de 200 pessoas, entre policiais federais e seus familiares, participaram do ato de protesto, em frente ao Hotel Copacabana Palace, onde foi estendida uma bandeira de 25 m de comprimento, com a inscrição SOS Polícia Federal. Cerca de mil balões, representando os quase mil dias de negociação, foram soltos.

Nesta terça-feira, o Sindicato dos Servidores do Departamento da Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro (SSDPF/RJ) e o Comando de Greve apresentaram à imprensa informações sobre a greve da categoria, durante coletiva no Hotel São Francisco, no Centro da cidade. O motivo seria as insinuações do governo federal de que a greve, iniciada no dia 7 de agosto, seria apenas de natureza salarial.

O presidente do Sindicato, Telmo Correa dos Reis, esclareceu os principais pontos que têm motivado os policiais federais a permanecer em greve. "Hoje o policial federal trabalha sem atribuição em lei. E o governo usa disso para não pagar a mais no salário. Nossa atividade exige nível superior em concurso público, mas ganhamos como nível médio em comparação a outras carreiras de estado. Na Abin (Agência Brasileira de Imprensa), por exemplo, a discrepância chega a 100%, embora tenham 10% das atribuições que exercemos, como analisar, coordenar e planejar", explicou.

Segundo ele, hoje não há plano de carreira e a categoria sequer consegue repor o efetivo com os concursos - a estimativa é que cerca de 200 policiais federais deixam os quadros da instituição a cada ano, em busca de melhores salários e condições de trabalho em outras áreas, inclusive no próprio serviço público. Telmo alertou para o sucateamento da PF, causado pela redução do efetivo e pelas terceirizações em postos estratégicos e constitucionalmente de atribuição dos policiais federais, como o controle de imigração. "O número de policiais está baixíssimo e deveria aumentar em pelo menos 5 mil. Estamos há seis anos sem reajuste ou correção e o aumento é apenas a consequência da valorização profissional", explicou.

O presidente do sindicato ainda criticou as ameaças do governo de colocar a Força Nacional para substituir os policiais federais durante eventos esportivos, como Copa 2014 e as Olimpíadas 2016. "Isso é atribuição exclusiva da Polícia Federal, inclusive, essa manobra violaria a Constituição. É uma responsabilidade de nível superior. Sem contar que todo mundo sabe que Exército, Marinha e Aeronáutica não estão preparados para isso", disse Telmo Correa, que explicou que a PF não aceitou a proposta de aumento oferecida porque o valor não atende às reivindicações.

O movimento grevista

Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais cresceram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias entraram em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. O Ministério do Planejamento estima que a paralisação tenha envolvido cerca de 80 mil servidores. Em contrapartida, os sindicatos calculam que 350 mil funcionários aderiram ao movimento.

A greve afetou servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, das Relações Exteriores, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.

Após apresentar proposta de aumento de 15,8%, dividido em três anos, o governo encerrou no dia 26 de agosto as negociações com os servidores. Policiais federais e funcionários do Incra foram as únicas classes que continuaram em greve após o fim das negociações. O orçamento anual do governo, com a previsão de gastos com a folha de pagamentos dos servidores em 2013, foi enviado ao Congresso em 30 de agosto.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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