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MP-SP apura relação entre fogo em favelas e interesse imobiliário

18 set 2012 - 19h40
(atualizado às 20h13)
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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) investiga se há origem comum entre os incêndios em favelas paulistanas, por suspeita de que estejam sendo provocados por grupos interessados em tirar vantagem econômica dos terrenos. A declaração foi dada nesta terça-feira pelo promotor da área de Habitação e Urbanismo José Carlos Freitas.

Favela do Moinho foi atingida por dois incêndios em menos de nove meses
Favela do Moinho foi atingida por dois incêndios em menos de nove meses
Foto: Gabriela Bilo / Futura Press

"É curioso notar que esses incêndios têm acontecido, de forma geral, em lugares onde há forte interesse do mercado imobiliário", avalia o promotor. Ele aponta que, normalmente, são áreas nas quais se pretende construir empreendimentos não só habitacionais, mas também empreendimentos comerciais, especialmente, onde há obras públicas a serem implantadas. "A área criminal (do MP) está preocupada com a essa coincidência", justificou.

A Câmara Municipal de São Paulo também investiga as causas e responsabilidades sobre os incidentes por meio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada em abril de 2011. Só em 2012, por exemplo, foram 33 incêndios de grandes proporções em favelas da capital paulista. A comissão já identificou que a apuração das causas dessas ocorrências é quase sempre inconclusiva.

Para Freitas, embora os incêndios sejam justificados por condições como falta de umidade e precariedade das moradias, a explicação não é lógica. "Outras favelas que têm a mesma estrutura de construção também estão sujeitas à falta de umidade, mas os incêndios não têm acontecido com essa frequência em regiões mais distantes", comparou.

Uma das atribuições da Promotoria de Habitação e Urbanismo é acompanhar o destino dado às famílias que são desalojadas em decorrência dos incêndios. "Ao longo dessas investigações, quando detectamos alguma prática criminosa, nós encaminhamos para a Promotoria Criminal para que ela apure as causas e se há alguma atividade orquestrada para incêndios dessa natureza", explicou.

Agência Brasil Agência Brasil
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