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Polícia

Jornal: 'réu' de tribunal do crime foi morto por policiais da Rota

13 set 2012 - 07h08
(atualizado às 07h15)
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O homem apontado pela polícia como uma vítima do "tribunal do crime" de um grupo criminoso em Várzea Paulista, na Grande São Paulo, e, supostamente, o principal motivo da operação policial, foi morto pelos próprios policiais da Rota. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, ele morreu em suposto confronto com PMs quando, segundo a versão oficial, tentava fugir da chácara de Várzea Paulista. A informação está no registro da Polícia Civil. Pelo documento, Maciel Santana da Silva, 21 anos, tinha sido "absolvido" pelos criminosos porque a própria menina de 12 anos negou ter sido estuprada por ele.

A operação da Rota terminou com nove mortos em Várzea Paulista
A operação da Rota terminou com nove mortos em Várzea Paulista
Foto: Mario Angelo / Futura Press

Segundo a jovem contou aos policiais, o irmão, que foi quem acionou os criminosos, tinha exagerado na reclamação ao bando - o rapaz tinha lhe dado apenas um abraço. Silva não tinha registro de passagem pela polícia. "Não constam passagens, mas ele tem três irmãos com antecedentes criminais, inclusive por tráfico", segundo nota da Secretaria de Estado da Segurança Pública. O serralheiro José Doia da Silva, 56 anos, pai de Silva, disse que o filho era viciado em maconha, andava perturbado e, por isso, o levou para fazer tratamento psiquiátrico. Segundo o comandante-geral da PM, coronel Roberval Ferreira França, havia a possibilidade de ele ter sido morto pelos criminosos após ter sido "condenado". Ontem, a polícia informou também que não prendeu oito suspeitos na operação, mas apenas cinco. A PM não explicou porque errou na contabilidade dos suspeitos.

Operação termina com nove mortos

Policiais militares das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), enfrentaram uma quadrilha na tarde do dia 11 de setembro em Várzea Paulista (SP). No total, nove criminosos foram mortos e cinco foram presos.

De acordo com a versão da PM, a ação teve início após uma denúncia anônima que alertava para a ocorrência de um "tribunal do crime" promovido por criminosos, que iriam julgar um suposto estuprador da região. Dez equipes da Rota, com 40 policiais, partiram para a cidade para tentar localizar a chácara ocupada pela quadrilha. De acordo com a PM, os policiais encontraram o local por volta das 16h30.

"Por volta das 16h30, algumas equipes da Rota localizaram essa chácara no momento em que sete criminosos estavam saindo. Eles ocuparam dois veículos e, em fuga, tomaram direções diferentes", disse o coronel.

De acordo com os policiais, as equipes também se dividiram e, no primeiro confronto, uma pessoa foi presa e duas foram mortas. Na segunda perseguição, a Rota entrou em confronto novamente e, dos quatro ocupantes dos veículos, dois foram presos e dois morreram.

Ao mesmo tempo, outras equipes da tropa de elite da polícia entraram na chácara onde estaria ocorrendo o julgamento. Nesse momento, aproximadamente dez criminosos, ocupando três veículos, conseguiram fugir. Na chácara havia 11 pessoas, sendo sete criminosos e as quatro testemunhas. Houve novo confronto armado, restando cinco mortos e dois presos ilesos. Entre os mortos estava o homem que seria o "réu" do tribunal do crime.

Nessa ação, foram apreendidos cinco veículos, uma metralhadora, duas espingardas calibre 12, sete pistolas, quatro revólveres, uma granada, explosivos (dinamite e outros), 20 kg de maconha e um colete à prova de balas.

O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) foi chamado para realizar a coleta do material. De acordo com a PM, os procedimentos de Polícia Judiciária Militar serão devidamente instaurados.

O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Luiz Gonzaga Dantas, disse que a ouvidoria fará uma apuração dos fatos, além de acompanhar as investigações no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). O Ministério Público também acompanhará o inquérito policial sobre a ação da Rota em Várzea Paulista. As promotoras Patrícia Tiemi Momma e Francine Regina Cavallini foram designadas para acompanhar as investigações.

Fonte: Terra
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