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Greve nos Correios começa somente em Minas Gerais e no Pará

11 set 2012 - 13h13
(atualizado às 13h35)
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Das 16 assembleias sindicais dos trabalhadores dos Correios realizadas na noite de segunda-feira, apenas duas, em Minas Gerais e no Pará, aprovaram o início de greve por tempo indeterminado. Nesses dois Estados, a paralisação já começou, mas ainda não há estimativa de adesão. As demais 14 assembleias optaram por adiar o movimento.

Veja como a greve dos servidores federais pode afetar sua rotina

Na maioria dos Estados, a categoria marcou novas reuniões para a próxima terça-feira. Entre esses, estão Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Outras sete entidades sindicais ainda realizam assembleias hoje.

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ofereceu 5,2% de reajuste salarial. O mesmo percentual seria aplicado a benefícios como vale-alimentação e auxílio-creche. Pela proposta, o salário-base inicial de carteiros, atendentes comerciais e operadores de triagem e transbordo passaria de R$ 942 para R$ 991.

O comando de negociação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) reivindica 43,7% de reajuste, R$ 200 de aumento linear e piso salarial de R$ 2,5 mil. Quatro sindicatos dissidentes (São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Bauru), que se desfiliaram da entidade, reivindicam 5,2% de reposição, 5% de aumento real e reajuste linear de R$ 100.

Maior empresa empregadora no regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), os Correios têm cerca de 115 mil funcionários. Em nota, a empresa declarou na segnuda-feira que irá descontar os dias parados dos trabalhadores que aderirem à greve.

A ECT também informou ter um plano de contingência com medidas para garantir a prestação de serviços à população em caso de greve. Entre as medidas, estariam a contratação de trabalhadores temporários, a realocação de empregados das áreas administrativas e a realização de horas extras e de mutirões nos finais de semana.

Em 2011, os trabalhadores dos Correios permaneceram em greve durante quase um mês. Dos 28 dias de greve, sete foram descontados na folha de pagamento. Os 21 dias restantes foram compensados aos sábados e domingos.

O movimento grevista

Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais cresceram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias entraram em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. O Ministério do Planejamento estima que a paralisação tenha envolvido cerca de 80 mil servidores. Em contrapartida, os sindicatos calculam que 350 mil funcionários aderiram ao movimento.

A greve afetou servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, das Relações Exteriores, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.

Após apresentar proposta de aumento de 15,8%, dividido em três anos, o governo encerrou no dia 26 de agosto as negociações com os servidores. Policiais federais e funcionários do Incra foram as únicas classes que continuaram em greve após o fim das negociações. O orçamento anual do governo, com a previsão de gastos com a folha de pagamentos dos servidores em 2013, foi enviado ao Congresso em 30 de agosto.

Agência Brasil Agência Brasil
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