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Rio: desfile militar tem bandeira olímpica e protesto contra a ditadura

7 set 2012 - 12h25
(atualizado às 21h13)
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Cirilo Junior
Direto do Rio

O símbolo dos Jogos Olímpicos foi exibido no encerramento do cortejo que celebrou o Dia da Independência na capital fluminense
O símbolo dos Jogos Olímpicos foi exibido no encerramento do cortejo que celebrou o Dia da Independência na capital fluminense
Foto: Daniel Ramalho / Terra

A bandeira olímpica deu um tom diferente ao desfile militar de Sete de Setembro no Rio de Janeiro, cidade que vai sediar a próxima Olimpíada, em 2016. O símbolo dos Jogos Olímpicos, que foi entregue à prefeitura na cerimônia de encerramento de Londres-2012, foi exibido no encerramento do cortejo que celebrou o Dia da Independência na capital fluminense.

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Foi justamente no momento mais concorrido do desfile, na passagem do símbolo olímpico, que ocorreu a situação constrangedora do evento. Em meio ao público, integrantes do Movimento Feminino Popular (MFP) exibiam faixa de protesto contra crimes cometidos na ditadura militar. A mensagem foi exibida em frente ao palanque onde estavam as autoridades militares. "Punição para os criminosos militares e civis mandantes e executores de torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados do regime militar", estava escrito na faixa.

O desfile foi iniciado com o acendimento da pira do fogo simbólico da Pátria. A pira foi acesa pela major do Exército Ana Luiza Ferrão, que competiu na prova de tiro da Olimpíada de Londres

Cerca de 8 mil pessoas, segundo o Comando Militar do Leste (CML) aproveitaram o lindo dia de sol e ocuparam as arquibancadas e circularam pela avenida Presidente Vargas, no Centro, para assistir à passagem de militares do Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Militar do Rio e Bombeiros do estado. Equipamentos e militares que estiveram em missões no Haiti e no Complexo do Alemão participaram do desfile.

Também desfilaram policiais rodoviários federais, guardas municipais, além de estudantes, escoteiros e médicos e enfermeiros da Cruz Vermelha. Ao todo, 8.670 pessoas passaram pela principal avenida da região central do Rio. Foram utilizadas 441 viaturas e 240 cavaleiros, ainda de acordo com o CML. O desfile durou cerca de 2h30.

Autoridade máxima do Estado, o governador Sérgio Cabral não compareceu ao evento, e foi representando pelo comandante da PM, coronel Erir Ribeiro. Já o prefeito Eduardo Paes foi representado pelo secretário de Conservação Pública, Carlos Roberto Osório, que ficou ao lado do comandante do CML, Francisco Carlos Modesto. O arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, também esteve no palanque das autoridades, que contou com a presença do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que é militar da reserva.

Candidatos aproveitaram o grande público presente ao evento para fazer campanha eleitoral na área de circulação, fora dos desfile. Otávio Leite (PSDB) panfletou em ruas próximas, e não faltaram também postulantes à Câmara dos Vereadores tentando conquistar eleitores para o pleito do dia 7 de outubro.

Com o fim do desfile, os militares deram lugar aos garis que cuidam da limpeza das ruas da cidade. A Companhia de Limpeza Urbana do Rio (Comlurb) disponibilizou 40 profissionais para tirar a sujeira deixada por populares. Durante a madrugada, antes do desfile, a avenida Presidente Vargas tinha sido lavada pelos garis.

Fonte: Terra
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