Dirigentes do PSDB deixam partido e anunciam apoio a Chalita
- Daniel Fernandes
- Direto de São Paulo
O presidente do diretório zonal do PSDB Jabaquara, Milton Kamiya, e seu vice, Rômulo Santos, declararam apoio ao candidato do PMDB à prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, nesta quinta-feira. Por conta do episódio, ambos deixarão o partido e, por isso, a executiva municipal tucana se reunirá na noite de sexta com a executiva da zonal para escolher a nova direção do diretório nos próximos três meses.
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Com camisetas com inscritos "sou tucano, voto Chalita", os militantes da legenda gritavam em apoio ao candidato e declaravam voto a ele.
Com duras críticas à postura da executiva municipal da sigla e também à coordenação da campanha de José Serra, os dissidentes do partido classificaram a direção da legenda em São Paulo como centralizadora e "elitista".
"Dizem que o PSDB é um partido de elite, e, hoje, infelizmente, é mesmo. Sempre o mesmo núcleo, as mesmas pessoas tomam as decisões, enquanto a miltância só é lembrada em época de eleição", afirmou Kamiya.
Com fortes críticas ao atual candidato tucano, José Serra, e constantes elogios ao governador do Estado, Geraldo Alckmim (PSDB), a cúpula da zonal do Jabaquara afirmou que a entrada de Serra nas prévias do partido, quando o PSDB escolheu seu candidato na cidade, foi um fator que "rachou" minguou a interação entre a direção tucana e os diretórios. "O Serra não cumpriu o que prometeu nas prévias, de ouvir a militância", disse Kamiya.
"O nosso candidato Serra, não sei por que razão, não participava efetivamente das reuniões com a militância como tinha prometido antes das prévias", disse.
Com o apoio dos líderes, Chalita, que já foi filiado ao PSDB e secretário de governo de Alckmim, se juntou ao coro de críticas e disse que "Serra não é uma pessoa de muito diálogo".
"O Mario Covas estava vivo quando o Serra queria ser candidato a presidente e ele lançou o Tasso Jereissati. Ele não queria o Serra, porque ele achava que o Serra não era essa pessoa do diálogo, que visitava as miltâncias, que ouvia a base. (...) Tem muita gente ligada ao PSDB hoje que é muito mais Kassab que PSDB", declarou o candidato.
Ainda mais duro em sua crítica, o peemedebista classificou Kassab como "genérico do Serra", e afirmou que o candidato não governa para a população e sim "para ele".
O deputado federal relembrou quando deixou o partido, em 2009, na época em que era vereador na capital paulista, e disse que tomou atitude por discordar da postura da postura de membros como Serra, e disse que o partido hoje tem uma política de "ódio e perseguição".
"Quando eu saí do PSDB, eles pediram meu mandato. Nenhum partido estava pedindo o de ninguém e, no meu caso, como o Serra mandou pedir, entraram para pedir o meu mandato (sic). (...) É uma cultura de ódio e perseguição."
Questionado se já possui diálogo aberto com outros diretórios, o peemdebista tentou se desviar da pergunta dizendo que pensa um dia de cada vez.
Kamiya e Santos, porém, afirmaram que a insatisfação existe em diversos outros diretórios zonais. Segundo os dissidentes, por medo de perder cargos em órgãos da prefeitura e autarquias, muitos não manifestam suas discordâncias. "O candidato é muito difícil de você carregar. É um nome muito pesado", disse Santos.
Racha
Além das duras críticas ao partido, o vice-presidente do diretório zonal disse afirmou ter recebido ligações misteriosas oferecendo empregos na Prefeitura para que não promovesse o ato desta quinta-feira.
Um dos motivos do rompimento da cúpula da zonal do Jabaquara com Serra foi uma discussão entre Kamyia e o deputado federal Walter Feldman, um dos coordenadores da campanha de Serra.
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