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Polícia

RJ: último condenado pela chacina da Candelária é libertado

14 ago 2012 - 19h17
(atualizado às 21h40)
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O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) concedeu liberdade ao ex-policial militar Marcus Vinícius Borges Emmanuel, último condenado pela chacina da Candelária. O crime ocorreu há 19 anos e deixou oito pessoas mortas - entre elas cinco com idade inferior a 18 anos. Emmanuel, que está em liberdade desde dia 29 de junho, é o terceiro policial militar condenado pelo crime a receber o indulto da Justiça.

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De acordo com o TJ-RJ, os ex-policiais militares Aurélio Dias Alcântara e Nelson Oliveira dos Santos, condenados pelos mesmos crimes, também receberam o direito à liberdade. Já Nelson Oliveira se encontra em liberdade condicional, pois responde também por outro crime.

Patrícia de Oliveira, irmã de Wagner dos Santos, um dos sobreviventes da chacina, que atualmente está refugiado na Suíça, acredita que as leis brasileiras deveriam ser mais rigorosas para esses tipos de crimes. "Eu diria que não é justo, mas infelizmente é o que a nossa Justiça diz. É muito complicado e um problema institucional. Alguma coisa está errada, tem que começar a ver de cima para baixo", disse ela, que também faz parte do Movimento Candelária e participa desde 1993 de um ato realizado todos os anos em memória das vítimas.

O indulto é uma forma de extinguir o cumprimento de uma condenação imposta ao sentenciado. Assinado em 2010, pela presidência da República, o benefício dá direito à pessoa que tenha sido condenada por crimes que não ostentem natureza hedionda, tenham cumprido 15 anos consecutivos de pena e tenham tido bom comportamento.

Os três ex-policiais foram condenados em 1993. O crime - homicídio qualificado - praticado pelos ex-policiais só foi considerado hediondo no ano seguinte. No último dia 27 foram realizadas, no centro da capital fluminense, missa e ato ecumênico em lembrança das vítimas da Chacina da Candelária. Os participantes fizeram ainda uma Caminhada em Defesa da Vida, no trecho entre a Igreja da Candelária e a Cinelândia, também no centro da cidade, onde foram realizadas apresentações musicais.

Ocorrida em 23 de julho de 1993, no centro do Rio, a chacina resultou na morte de oito jovens que moravam nas ruas. Na ocasião, mais de 40 crianças e adolescentes dormiam na praça em frente à Igreja da Candelária, quando cinco homens desceram de dois carros e fizeram vários disparos na direção do grupo.

Agência Brasil Agência Brasil
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