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PR: acordo tenta diminuir problemas com greve no Hospital de Clínicas

13 ago 2012 - 16h58
(atualizado às 17h00)
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Joyce Carvalho
Direto de Curitiba

O Ministério Público Federal (MPF) no Paraná para esta terça-feira o remanejamento de sete profissionais do Hospital de Clínicas, vinculado à Universidade Federal do Paraná (UFPR), para o setor de Transplante de Medula Óssea. Foi feito um acordo entre MPF, a direção do hospital e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Paraná (Sinditest), que deve indicar enfermeiros para a área.

A medida visa diminuir os impactos causados no atendimento por causa da greve de servidores técnico-administrativos da UFPR, parados desde o dia 11 de junho. O setor de Transplante de Medula Óssea, referência na América Latina, está sem seis enfermeiros no período da manhã e um durante a noite. Apesar da pouca quantidade, a falta destes profissionais é suficiente para causar problemas na escala de trabalho, o que piora com o prolongamento da paralisação. O MPF informou que pode tomar medidas judiciais caso o acordo não seja cumprido.

Segundo a assessoria de imprensa do Hospital de Clínicas, no setor de transplante de medula óssea estão funcionando oito leitos, sendo quatro para adultos e quatro para crianças. A quantidade de leitos chegava a 14 antes da greve. O setor atende pacientes com leucemia e outras doenças da medula óssea. Há uma fila de espera de 34 adultos e 25 crianças, que já possuem doadores, e precisam passar pelo transplante. Há procedimentos que estão sendo adiados por conta da falta de pessoal.

O Hospital de Clínicas também tem outros setores com problemas em virtude da greve. Há leitos bloqueados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para adultos, na UTI Neonatal e na unidade semi-intensiva. Casos de urgência e emergência encaminhados para o Hospital de Clínicas por meio da rede pública de saúde são direcionados para outros hospitais. Esta medida já é tomada quando há lotação nas unidades. O HC divulgou que deixaram de ser feitos, desde 11 de junho, 28.700 exames de imagem e de laboratório, além de 19.917 consultas que dependiam dos resultados.

O movimento grevista

Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais aumentaram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias estão em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), o movimento atinge 28 órgãos, com 370 mil servidores sem trabalhar. O número, no entanto, é contestado pelo governo.

Estão em greve servidores da Polícia Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.

O Ministério do Planejamento declarou que está analisando qual o "espaço orçamentário" para negociar com as categorias. O governo tem até o dia 31 de agosto para enviar o projeto de lei orçamentária ao Congresso Nacional. O texto deve conter a previsão de gastos para 2013.

No dia 25 de julho, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto para permitir a continuidade dos serviços em áreas consideradas delicadas. O texto prevê que ministros que comandam setores em greve possam diminuir a burocracia para dar agilidade a alguns processos, além de fechar parcerias com Estados e municípios para substituir os funcionários parados.

Manifestantes se concentraram na frente da Igreja da Candelária, no Centro do Rio de Janeiro, para reivindicar melhores condições de trabalho
Manifestantes se concentraram na frente da Igreja da Candelária, no Centro do Rio de Janeiro, para reivindicar melhores condições de trabalho
Foto: Luiz Roberto Lima / Futura Press
Fonte: Especial para Terra
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