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Polícia

PMs confundiram celular de publicitário com arma, diz advogado

24 jul 2012 - 15h27
(atualizado às 15h40)
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Um dos três novos advogados de defesa dos policiais militares que mataram o empresário Ricardo Prudente de Aquino afirmou ao Terra nesta terça-feira que seus clientes confundiram o celular de Aquino com uma arma.

"Ao descer do carro, ele (o empresário) fez um gesto brusco e rápido com a mão e eles (os policiais) presumiram que fosse uma arma", disse Aryldo de Paula em nome do cabo Adriano Costa da Silva, 26 anos, e dos soldados Luiz Gustavo Teixeira Garcia, 27 anos, e Robson Tadeu do Nascimento Paulino, 30 anos.

De Paula, que está na defesa junto com Márcio Gomes Modesto e Claudinei Xavier Souza de Santana desde segunda-feira, contou a versão dos PMs do caso. "Ouve um início de perseguição com o veículo se evadindo e foi feito cerco policial. Um dos policiais afirmou que o carro tentou passar pela Blazer (viatura da PM) e acabou danificando a porta do motorista."

O advogado alega que os policiais agiram em legítima defesa: "ao presumirem que o celular fosse uma arma, os policiais agiram, pois é prática entre os meliantes abrir caminhos à bala para tentar fugir, quando não encontram saída."

Segundo de Paula, o antigo advogado já entrou com habeas corpus na sexta-feira na Justiça. "Agora vou confirmar com o delegado (Dejair Rodrigues) se será feita uma reprodução simulada dos fatos na quinta-feira."

O caso

O empresário Ricardo Prudente de Aquino, 39 anos, foi morto por policiais militares após tentar fugir de um bloqueio policial na noite de 18 de julho, segundo o Boletim de Ocorrências, na avenida das Corujas, zona oeste de São Paulo. O carro de Aquino foi cercado pelos PMs e alvejado entre sete e oito vezes.

Aquino chegou a ser socorrido ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos. O cabo Adriano Costa da Silva, 26 anos, e os soldados Luiz Gustavo Teixeira Garcia, 27 anos, e Robson Tadeu do Nascimento Paulino, 30 anos, foram presos em flagrante por homicídio doloso, quando há intenção de matar, e encaminhados ao Presídio da Polícia Militar Romão Gomes. Ao revistar o veículo, a polícia encontrou 50 g de maconha.

Em nota, a Polícia Militar lamentou a ocorrência. "Ressalta-se que os policiais militares do Estado de São Paulo são submetidos a treinamentos constantes quanto aos procedimentos operacionais padrão e que tal atitude será apurada com rigor, pois dão indícios de falhas de procedimento inaceitáveis. Dessa forma a Polícia Militar pede desculpas à família, à sociedade e esclarece que, após as apurações, os envolvidos pagarão pelos seus erros na medida de suas atitudes."

Carro de publicitário levou entre sete e oito tiros dos policiais militares
Carro de publicitário levou entre sete e oito tiros dos policiais militares
Foto: Mauricio Camargo / Futura Press
Fonte: Terra
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