SP coloca documentos da ditadura à disposição da Comissão da Verdade
- Renan Truffi
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e integrantes da Comissão da Verdade assinaram nesta quarta-feira um termo de cooperação para a pesquisa de documentos sobre a ditadura militar brasileira.
Após reunião, que contou com a presença do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e membro da comissão, Gilson Dipp, Alckmin se comprometeu a disponibilizar todos os arquivos do período em que o Brasil esteve sob regime militar.
"Nós assumimos compromisso de colaborar com a Comissão da Verdade com todo o arquivo do Estado. No caso de São Paulo, quase todos os documentos já são públicos. O arquivo do Dops foi recolhido em 1991 e aberto em 1994, depois foi o da policia civil, em 1999", afirmou em entrevista coletiva.
Apesar do governador dizer que quase todos os documentos paulistas referentes ao período já vieram a público, o ministro comemorou o acordo. "Isso facilitará o trabalho na procura de um esclarecimento mais amplo da história brasileira", disse.
Isso porque, segundo ele, ainda há pessoas interessadas em esconder documentos sobre crimes e abusos cometidos na época. "O Brasil ainda é muito precário em termos de pesquisa de sua história. E há também, certamente, pessoas que ainda estão interessadas em esconder esses documentos. São Paulo foi um dos estados onde mais ocorreram atos repressivos", afirmou.
Alckmin disse também que a Comissão da Verdade poderá contar com a ajuda da sua secretaria de Justiça, Eloiza Arruda. "Temos muitos depoimentos porque criamos uma comissão e fizemos a indenização paulista dos ex-presos políticos", contou.
Também estiveram presentes na reunião de hoje os ministros José Carlos Dias e Paulo Sérgio Pinheiro, que fazem parte do grupo criado pelo governo federal.
Com informações da Agência Brasil.