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Polícia

RJ: 170 agentes buscam corpo de engenheira desaparecida

13 jul 2012 - 12h56
(atualizado às 13h13)
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André Naddeo
Direto do Rio de Janeiro

A Polícia Civil do Rio de Janeiro tem nesta sexta-feira seu dia mais decisivo nas buscas pelo corpo da engenheira Patrícia Amieiro, desaparecida há quatro anos. Após roupas que pertenceriam à vítima terem sido encontradas no sítio Vitória, no bairro do Itanhangá, na zona oeste da capital fluminense, as buscas foram intensificadas e, desde o início da manhã, uma mega operação foi montada no local com um total de 170 agentes no processo de busca.

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Além de 50 policiais civis, a estrutura montada conta com 44 homens da secretaria de Conservação Pública da Prefeitura do Rio, 10 agentes do Ministério Público, 67 bombeiros, além de seis cães farejadores que percorrem todo o local, com cerca de 50 mil m² em busca do corpo de Patrícia. Para ajudar na força tarefa, os agentes utilizam ainda um equipamento conhecido como GPR, com poder de rastreamento de até 10 m de profundidade no solo, a fim de detectar qualquer irregularidade, como se a terra foi cavada, por exemplo.

"Foi feito todo um mapeamento da área, e estamos confiantes nesta operação para que tenham o êxito esperado. Colocamos todo o nosso trabalho à disposição, e mesmo se não tivermos êxito, seguiremos trabalhando para encontra-lá," explicou o procurador de Justiça, Rogério Scantamburlo, do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos do Ministério Público do Rio de Janeiro, com experiência de atuação na tragédia da região serrada fluminense, no início de 2011.

Não há prazo para que as buscas sejam encerradas até este momento. Este é o quarto dia de trabalho no sítio isolado desde que uma denúncia anônima levou os policiais a iniciarem as buscas por Patrícia. O local é conhecido como possível ponto de encontro de milicianos que agem, sobretudo, na região de Rio das Pedras, reduto famoso pela atuação dos grupos paramilitares.

Além de buscar o corpo de Patrícia, a Polícia Civil está à procura ainda do dono do sítio, identificado como Juazieldo Pontes Miguel, 53 anos. O dono precisa prestar depoimento, pois quatro armas - duas espingardas, uma escopeta e uma pistola - foram encontradas, além de ter sido detectado pela Light furto de energia no local.

Juazieldo tem duas passagens pela polícia por porte de arma, um crime de meio ambiente e uma acusação de homicídio, do qual foi absolvido em julgamento realizado em 1985.

Roupas encontradas

Os pais da engenheira Patrícia Amieiro reconheceram, na manhã da última quinta-feira, que as roupas encontradas em um sítio na estrada de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, podem ser de sua filha. Antônio Celso de Franco, sua mulher, Tânia Amieiro, e o filho, Antônio, fizeram o reconhecimento das roupas na Divisão de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, também na zona oeste.

"Especialmente uma blusinha roxa e lilás parece muito com a roupa que minha filha usava. A calça também é muito parecida," disse Franco, destacando que ainda não é possível afirmar com convicção que se trata de roupas dela. "Há muita lama, as cores também estão comprometidas. Temos agora que aguardar a perícia para ver se há sangue", afirmou. A DH já encaminhou o material para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli.

O caso

A engenheira Patrícia Amieiro Franco, 24 anos, desapareceu na madrugada do dia 14 de junho de 2008. Ela saiu de uma casa de shows no morro da Urca, zona sul do Rio, e seguia para a casa dos pais, onde morava, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. As imagens das câmeras de segurança mostraram o momento em que Patrícia deixou a boate. Desde então, ela nunca mais foi vista.

No ano passado, a Justiça declarou a morte presumida da jovem. Para a perícia, o veículo foi alvejado e Patrícia perdeu o controle da direção. Uma investigação da Polícia Civil concluiu que os tiros saíram de armas de PMs, que perseguiram a engenheira e atiraram porque ela não parou o carro.

Acusados

Os policiais militares Marcos Paulo Maranhão e Willian do Nascimento, que estavam de plantão no local do suposto acidente, e Fábio Santana e Márcio dos Santos, que teriam sido chamados para ajudar a encobrir o crime, foram acusados pela morte e ocultação do corpo da jovem. Eles chegaram a ser presos, mas conseguiram a liberdade por decisão da Justiça.

Perícia checa roupa encontrada nesta sexta-feira em sítio, na zona oeste do Rio
Perícia checa roupa encontrada nesta sexta-feira em sítio, na zona oeste do Rio
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Fonte: Terra
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