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Corpo de d. Eugenio Sales é sepultado na Catedral do Rio

11 jul 2012 - 10h09
(atualizado às 19h18)
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O corpo do cardeal d. Eugenio Sales foi enterrado nesta quarta-feira, por volta das 15h, em uma cripta no chão da Catedral Metropolitana, no centro do Rio de Janeiro. Desde a tarde de terça-feira, acontecem missas de corpo presente abertas ao público, com intervalo de duas horas.

De acordo com a Arquidiocese do Rio, o enterro foi realizado apenas hoje, pois o irmão de d. Eugenio e arcebispo emérito de Natal (RN), d. Heitor de Araújo Sales, e o bispo auxiliar de d. Eugenio, bispo d. Kall Joseph Roner, vieram do interior da Suíça.

Na Catedral, já está enterrado o antecessor de d. Eugenio Sales, o cardeal d. Jaime Câmara, morto em 1971. Também está enterrado no local o monsenhor Ivo Antonio Calliari, idealizador da Catedral do Rio.

Durante o velório, o arcebispo do Rio de Janeiro, d. Orani Tempesta, afirmou que a morte de seu predecessor é vista como um "momento triste, mas bonito". Segundo o arcebispo, com o falecimento "é hora de se fazer uma retrospectiva da vida do homem que pensou na Igreja e no povo". Ele destacou diversas qualidades de d. Eugenio, lembrando que ele foi um dos responsáveis pela vinda da Jornada Mundial da Juventude, no próximo ano, para a cidade do Rio de Janeiro.

"Ele volta para a casa do Pai, carregado dos bens que cultivou na terra, onde atuou com imenso destaque na evangelização, saúde, educação, e no social. Tinha preocupação com as favelas, com a política durante a ditadura", enumerou.

D. Eugenio Sales morreu na noite de segunda-feira no Rio de Janeiro aos 91 anos, vítima de infarto. O arcebispo emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro tinha histórico de problemas cardíacos e usava um marca-passo. Ele morreu em sua casa, no Sumaré, na zona oeste da capital fluminense.

Trajetória religiosa

Nascido em Acari, no Rio Grande do Norte, em 8 de novembro de 1920, d. Eugenio de Araújo Sales era o mais antigo cardeal da Igreja Católica, segundo informação da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

D. Eugenio foi ordenado sacerdote em Natal, em 21 de novembro de 1943, e bispo em 15 de agosto de 1954. Foi promovido a Arcebispo Primaz do Brasil em 29 de outubro de 1968, tomando posse como arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro em 24 de abril de 1971, sendo nomeado pelo papa Paulo VI.

Sua renúncia foi solicitada em 1997, quando chegou aos 75 anos. Mas por indulto especial do papa João Paulo II, seu amigo pessoal, foi autorizado a permanecer à frente da arquidiocese até completar 80 anos. Sua aposentadoria foi finalmente aceita no dia 25 de julho de 2001.

O religioso ficou conhecido por assumir a defesa de refugiados políticos dos regimes militares do Brasil e dos países vizinhos entre 1976 e 1982. Montou uma rede de apoio a estes refugiados juntamente com a Cáritas brasileira e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, que consistia em abrigá-los, inicialmente na Sede Episcopal (Palácio São Joaquim) e posteriormente em apartamentos alugados.

D. Eugenio foi responsável pelo financiamento de estadia de refugiados, até que estes conseguissem asilo político em outros países. Existe uma estimativa de mais de 4 mil asilados ajudados pelo cardeal.

Segundo a Arquidiocese fluminense, seu lema, fundamentado na Carta de São Paulo aos Coríntios, foi: "Impendam et Superimpendar" (2Cor 12,15: "De muito boa vontade darei o que é meu, e me darei a mim mesmo pelas vossas almas, ainda que, amando-vos mais, seja menos amado por vós").

Com informações do Jornal do Brasil.

Público lotou a Catedral para o sepultamento de dom Eugenio, morto na segunda-feira
Público lotou a Catedral para o sepultamento de dom Eugenio, morto na segunda-feira
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho / vc repórter
Fonte: Terra
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