PSDB anuncia apoio a novo governo de Franco no Paraguai
O PSDB anunciou nesta quinta-feira o apoio do partido ao novo governo do Paraguai, liderado pelo presidente Federico Franco e estabelecido após o impeachment de Fernando Lugo, na semana passada. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), líder do PSDB no Senado, disse que é uma "afronta" não reconhecer prontamente o novo presidente paraguaio. "Consideramos uma afronta à soberania do Paraguai que países como o próprio Brasil não reconheçam de pronto o novo governo", afirmou o senador Alvaro Dias.
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O partido se reuniu na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado e aprovou o apoio ao novo governo paraguaio por unanimidade. "O Paraguai tem uma Constituição, que rege a vida dos paraguaios. Portanto, neste momento, ela é que deve ser respeitada", disse Alvaro Dias. "Temos convicção de que não haverá por parte do Brasil qualquer restrição ao destino que foi dado ao governo (paraguaio) por parlamentares", afirmou o senador.
Processo relâmpago destitui Lugo da presidência
No dia 15 de junho, um confronto entre policiais e sem-terra em uma área rural de Curaguaty, ligada a opositores, terminou com 17 mortes. O episódio desencadeou uma crise no Paraguai, na qual o presidente Fernando Lugo, acusado pelo ocorrido, foi sendo isolado no xadrez político. Seis dias depois, a Câmara dos Deputados aprovou de modo quase unânime (73 votos a 1) o pedido de impeachment do presidente. No dia 22, pouco mais de 24 horas depois, o Senado julgou o processo e, por 39 votos a 4, destituiu o presidente.
A rapidez do processo, a falta de concretude das acusações e a quase inexistente chance de defesa do acusado provocaram uma onda de críticas entre as lideranças latino-americanas. Lugo, por sua vez, não esboçou resistência e se despediu do poder com um discurso emotivo. Em poucos instantes, Federico Franco, seu vice, foi ovacionado e empossado. Ele discursou a um Congresso lotado, pedindo união ao povo paraguaio - enquanto nas ruas manifestantes entravam em confronto com a polícia -, e compreensão aos vizinhos latinos, que questionam a legitimidade do ocorrido em Assunção.