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Vítimas de violência são 20% dos tratamentos anti-HIV de emergência

5 jun 2012 - 11h40
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Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aponta que a cada cinco atendimentos de profilaxia pós-exposição ao HIV realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), um é feito por uma vítima de violência sexual.

"Fui acolhido com amor, recebi um tratamento humano, que em muitos países ainda não existe. Acho que o sentimento de gratidão ao Brasil é de todos (os estrangeiros)", disse o chileno Luis Antonio Vilches Torres, 53 anos
"Fui acolhido com amor, recebi um tratamento humano, que em muitos países ainda não existe. Acho que o sentimento de gratidão ao Brasil é de todos (os estrangeiros)", disse o chileno Luis Antonio Vilches Torres, 53 anos
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra

Em 2011 foram feitos 3,6 mil atendimentos preventivos em todo o Estado. Do total de procedimentos, 57,4% se referiram a profissionais de saúde expostos ao risco de infecção em ambiente de trabalho, 20% após violência sexual, 15,4% depois da realização de sexo ocasional e 6,7% por casais sorodiscordantes, quando um dos parceiros é portador do vírus.

A profilaxia pós-exposição é uma forma de prevenção da infecção pelo HIV, por meio do uso de medicamentos que fazem parte do coquetel utilizado no tratamento da Aids. Segundo Denise Lotufo, infectologista do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids, os remédios devem ser tomados por 28 dias, sem interrupção, para impedir a infecção pelo vírus.

"No caso de um possível contato com o vírus HIV, deve-se buscar o quanto antes um serviço credenciado. Esse primeiro atendimento é considerado de urgência, uma vez que o uso dos medicamentos deve começar o mais cedo possível", afirma Denise.

A médica ainda alerta que o ideal é que o tratamento preventivo comece em até duas horas após a exposição ao vírus HIV e no máximo após 72 horas, uma vez que a eficácia da profilaxia pode diminuir à medida que as horas passam. Em todo o Estado há 317 serviços de atendimento cadastrados, que prestam o atendimento de profilaxia. Para mais informações, www.crt.saude.sp.gov.br ou o Disque DST/Aids: 0800-16-25 50.

Testes rápidos

Até quarta-feira, a Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura e com o Programa Municipal DST/Aids-SP promove um mutirão de testes rápidos para o diagnóstico do HIV. A ação será realizada na Academia Paulista de Letras, no Largo do Arouche, contará com 30 profissionais e serão disponibilizados mil testes rápidos, 25 mil preservativos e panfletos com orientações sobre doenças sexualmente transmissíveis.

Aproximadamente metade das mortes por Aids no Estado estão relacionados ao diagnóstico tardio da infecção. "Todos os dias, nove paulistas morrem em decorrência da Aids. A testagem é gratuita e disponível em toda a rede pública de saúde. É fundamental que as pessoas com vida sexual ativa façam o teste. Se o resultado for positivo, é importante encaminhá-las para um serviço de saúde para avaliação e acompanhamento médico", afirma Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual DST/aids-SP. O teste rápido leva aproximadamente 30 minutos para ser realizado e sua eficácia é igual à do teste tradicional. Todo o processo é feito de forma cautelosa e sigilosa. Hoje os testes acontecem das 9h às 16h e amanhã, entre 9h e 13h.

Feira da diversidade

No dia 7 de junho, dia da Feira da Diversidade, atividade que faz parte da agenda de programação da Semana do Orgulho LGBT de São Paulo, profissionais estarão no Vale do Anhangabaú para orientar a população sobre a importância da prevenção. Serão distribuídos 100 mil preservativos, 12 mil sachês de gel lubrificante e 10 mil folhetos informativos no local. No domingo, dia 10, dia da 16ª Parada Gay, 150 agentes distribuirão preservativos em três barracas dispostas estrategicamente ao longo da avenida Paulista e durante o período de concentração para o evento.

Fonte: Terra
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