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Política

Amorim promete abrir arquivos da ditadura à Comissão da Verdade

4 jun 2012 - 18h34
(atualizado às 19h51)
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Diogo Alcântara
Direto de Brasília

O ministro da Defesa, Celso Amorim, sugeriu nesta segunda-feira que os centros de informações dos três comandos das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) estarão à disposição da Comissão da Verdade. O colegiado, composto por sete integrantes, terá dois anos para investigar crimes contra os direitos humanos entre 1946 e 1988.

O centro de informações detém os chamados "arquivos da ditadura", com informações inéditas sobre os anos de chumbo (1964-1985). "Vamos facilitar todas as informações que forem pedidas", disse o ministro. "Falamos em termos gerais, mas tudo (os arquivos) estará aberto", afirmou Amorim, após se reunir com a comissão no Centro Cultural Banco do Brasil.

O ex-chanceler brasileiro afastou a hipótese de seu atual ministério se transformar em um empecilho para os trabalhos da comissão. "Foi a ocasião para reiterar a disposição do Ministério da Defesa em colaborar com a comissão da verdade", concluiu.

"(O ministro da Defesa) colocou à disposição todas as informações e todos os documentos que a comissão achar necessários a partir de agora", afirmou o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp, coordenador temporário da Comissão da Verdade.

Apesar das declarações de Amorim, "o clima não é de grande otimismo" na comissão, segundo um integrante que não quis se identificar, prevendo resistência dos militares. Ele disse, no entanto, que a comissão será insistente na investigação. "Se os documentos foram incinerados, vamos querer saber quem incinerou. Precisamos sair quem foi que mandou", disse. De acordo o integrante da comissão, há cerca de 190 desaparecidos. "Esses (190), temos de encontrar a cova ou contar a história", disse.

Fonte: Terra
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