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Greves no transporte e serviço público paralisam Campinas

16 mai 2012 - 09h18
(atualizado às 16h55)
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Rose Mary de Souza
Direto de Campinas

Os motoristas e cobradores de ônibus de Campinas entraram em greve por aumento salarial à zero hora desta quarta-feira. A falta do serviço vai prejudicar cerca de 615 mil passageiros que são transportados diariamente em 202 linhas.

O quantitativo de ônibus em circulação hoje foi de 6%, contrariando o patamar exigido pelo Tribunal Regional do Trabalho (15ª Região) para o primeiro dia de greve. A conta é da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), que registrou a operação de 66 veículos.

De acordo com determinação do TRT, os grevistas precisariam colocar nas ruas 70% da frota no período de pico: 7h às 9h e das 17h às 19h. Para os demais horários, o contingente deveria ser de 50%. A desobediência pode custar uma multa diária de R$ 20 mil ao Sindicato dos Transportes Rodoviários.

A Associação das Empresas do Transportes Coletivo Urbano de Campinas (Transurc) e a Emdec devem protocolar um comunicado junto ao TRT informando o descumprimento do dispositivo. As duas entidades também pediram o adiantamento da audiência de conciliação que está agendada para a próxima segunda-feira. O Sindicato dos Transportes Rodoviários da Região de Campinas informou que está seguindo a determinação do Tribunal.

Com a redução significativa dos ônibus, a população se viu obrigada a utilizar outros meios de locomoção. Desde as primeiras horas da manhã, era grande o fluxo de veículos de passeio nas principais vias e corredores da cidade. Era grande também o tempo de espera pelo transporte alternativo das vans que operam normalmente. As vias exclusivas para os coletivos foram liberadas para os demais veículos.

A Emdec montou um esquema especial nas ruas para garantir maior fluidez ao trânsito e minimizar os transtornos à população. Os terminais rodoviários permanecerão fechados enquanto durar a greve. A entidade vai remanejar a frota do transporte alternativo e, caso necessário, criará um comboio de ônibus com escolta da Guarda Municipal e PM.

A categoria é formada por cinco mil funcionários que pedem 15% de reajuste nos salários e no vale-alimentação, além de maior participação nos lucros da empresa. O piso salarial do motorista é de R$ 1.630. O piso do cobrador é de R$ 716. A data base é 1º de maio.

Ontem, os funcionários da VB Transportes, uma das cinco empresas concessionárias da cidade, se desentenderam com sindicalistas e não retiraram os ônibus da garagem, afetando 160 mil passageiros. Houve um principio de tumulto, a Polícia Militar foi chamada e a empresa anunciou a demissão de 12 funcionários no final da tarde.

Prefeitura em greve

Os servidores da prefeitura rejeitaram a contra proposta de 5,39% de aumento oferecida pela Secretaria de Recursos Humanos e decidiram continuar a greve iniciada no sábado. Os funcionários públicos pedem 13,18% de reajuste, que inclui os 8% das perdas acumuladas em anos anteriores.

Nesta segunda e terça-feira, mesmo com chuva e temperaturas baixas, os servidores se concentraram nas escadarias do Palácio dos Jequitibás, sede da prefeitura. No protesto, eles usaram carro de som, estenderam faixas e saíram em passeata pelas ruas do centro da cidade.

Segundo a prefeitura, a adesão à paralisação é de 28%, sendo que o setor mais afetado é o da educação, com 64% de interrupção nos serviços. Em nota, o governo municipal informou que está impedido de oferecer maior índice de reajuste porque 2012 é um ano eleitoral.

De acordo com a administração, 5,39% refere-se ao Índice do Custo de Vida (IVC) do Diesse, nos últimos 12 meses. Se aplicado aos vencimentos, o piso da categoria ficaria em R$ 1.075,79, e o auxílio-alimentação passaria dos R$ 480 para R$ 505. "Oferecemos o limite do que nos permite a Lei Eleitoral, que é clara ao afirmar que em ano eleitoral o reajuste não pode ser superior ao índice da inflação", argumentou o secretário de Recursos Humanos, Nilson Balbo.

Servidores públicos se concentraram nas escadarias do Palácio dos Jequitibás, sede da Prefeitura
Servidores públicos se concentraram nas escadarias do Palácio dos Jequitibás, sede da Prefeitura
Foto: Rose Mary de Souza / Especial para Terra
Fonte: Especial para Terra
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