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Política

Planalto anuncia nomes dos 7 integrantes da Comissão da Verdade

10 mai 2012 - 19h32
(atualizado às 21h01)
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Diogo Alcântara
Gustavo Gantois
Direto de Brasília

O Palácio do Planalto anunciou nesta quinta-feira sete nomes que vão integrar a Comissão da Verdade, criada para esclarecer violações de direitos humanos durante a ditadura militar. Os nomes serão publicados na edição de amanhã do Diário Oficial da União.

A presidente da República, Dilma Rousseff, convidou pessoalmente cada um dos integrantes durante o dia. Ela vetou todos os nomes ligados a parentes de vítimas da ditadura para que a comissão tenha um trabalho imparcial e equilibrado.

A posse dos membros da comissão será realizada no dia 16 de maio, com a presença dos ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda não foi escolhido o presidente do grupo.

Quem são os sete integrantes:

José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça

Gilson Dipp, ministro do STJ

Rosa Maria Cardoso da Cunha, advogada de Dilma durante a ditadura

Claudio Fonteles, ex-procurador-geral da República

Paulo Sérgio Pinheiro, diplomata

Maria Rita Kehl, professora

José Paulo Cavalcante Filho, jurista

Comissão da Verdade

A Comissão da Verdade será responsável por apurar as violações de direitos ocorridas entre 1946 e 1988 - período que compreende os chamados "Anos de chumbo".

Os sete integrantes, com ajuda de 14 auxiliares, terão a missão de ouvir depoimentos em todo o País, requisitar e analisar documentos que ajudem a esclarecer os fatos da repressão militar. O prazo para o trabalho de investigação é de dois anos. As atribuições da comissão foram intensamente criticadas pelos militares, enquanto o assunto foi discutido no Congresso Nacional.

O grupo deverá ter um perfil de imparcialidade: seus membros não podem ter cargos executivos em partidos políticos ou trabalharem em cargos de comissão ou de confiança em qualquer dos três poderes.

A Comissão da Verdade poderá pedir à Justiça acesso a documentos privados, investigar violações aos direitos humanos - com exceção dos crimes políticos, de motivação política e eleitorais abrangidos pela Lei da Anistia -, "promover a reconstrução da história dos casos de violação de direitos humanos" e disponibilizar meios e recursos necessários para a localização e identificação dos restos mortais de desaparecidos políticos.

O grupo também terá poderes de requisitar informações públicas, não importando se protegidas por sigilo, e até convocar pessoas, incluindo os militares e ex-guerrilheiros. Prevista no projeto que veio do Senado, outra das polêmicas com as Forças Armadas é a que classifica como "dever" dos militares colaborar com a comissão.

Conforme o texto, o colegiado será formado por sete integrantes definidos pelo presidente da República. Cada um terá salário mensal de R$ 11.179,36, além do direito a passagens e diárias no caso de viagens a trabalho.

Fonte: Terra
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