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Política

Requião diz que encontrou Cachoeira, mas quer Richa na CPI

20 abr 2012 - 18h20
(atualizado às 19h00)
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O senador Roberto Requião (PMDB-PR) sugeriu nesta sexta-feira que a CPI do Cachoeira, que será instalada na próxima semana, investigue supostos investimentos de bicheiros na campanha para o governo do Paraná em 2010. Em pronunciamento no Plenário, o parlamentar pediu que o governador paranaense, Beto Richa (PSDB), seja chamado à comissão para uma acareação com Roberto Coppola, dono da loteria Larami - que teria como sócio Carlos Cachoeira, conforme o senador. Os dois teriam se reunido antes do pleito de 2010, segundo discurso feito ontem por Requião. As informações são da

Agência Senado

.

O senador disse esperar que Richa explique os entendimentos com Coppola e a razão pela qual, a cinco dias da eleição, ele recebeu "o representante do jogo organizado e da corrupção de políticos".

Em seu discurso, Requião disse ainda que no final de seu mandato anterior no Senado, antes de assumir o governo do Paraná, um senador de seu partido, que era favorável à legalização do jogo no Brasil, levou ao seu gabinete o bicheiro Carlos Cachoeira. "O senador telefonou, disse que queria falar comigo e veio ao meu gabinete com o tal Cachoeira. Não aceitei a conversa sobre a legalização do jogo e disse ao contraventor que gostaria de vê-lo preso".

O senador também acusou o secretário da Fazenda do Paraná, Luiz Carlos Hauly, de mentir ao dizer que Requião recebeu bicheiros no Palácio Iguaçu, quando foi governador.

Em nota, a Secretaria de Estado da Comunicação Social afirmou que "o governador Beto Richa não conhece, nunca falou e não tem qualquer relação com as pessoas de Roberto Coppola ou Adriano Aprigio de Souza (ex-cunhado de Cachoeira, que trocou e-mails com Coppola, segundo investigação da PF)". O texto diz também que Richa "nunca tratou de qualquer proposta de reativação de serviço de loterias e nem autorizou qualquer membro do governo a tomar qualquer iniciativa com esse objetivo".

Ainda de acordo com a nota, "a manifestação do senador Roberto Requião, feita hoje (ontem) no Senado, é totalmente descabida, injusta e infundada. Por isso mesmo, não merece crédito".

Carlinhos Cachoeira é apontado com o chefe da quadrilha que explorava máquinas caça-níqueis e pagava propina para agentes públicos de segurança. Ele é acusado de comandar o jogo do bicho na região Centro-Oeste, em especial no Estado de Goiás. Cachoeira foi preso durante a Operação Monte Carlo, deflagrada em fevereiro pela Polícia Federal, que resultou na prisão de 20 pessoas ligadas ao grupo criminoso.

O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e o governador de Goiás, Marconi Perillo, são acusados de participar dos esquemas ilegais do empresário. O parlamentar tem sido o mais atingido pelas denúncias. Vazamentos das conversas telefônicas mostram o senador recebendo orientação da Cachoeira sobre projetos em tramitação no Congresso Nacional.

Fonte: Terra
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