PUBLICIDADE

Polícia

Polícia: jovem que matou 2 irmãos diz que executaria pais também

11 abr 2012 - 00h32
(atualizado às 13h37)
Compartilhar
Lucia Morel
Direto de Campo Grande

Sem demonstrar remorso ou arrependimento, o adolescente de 16 anos de idade que no último sábado matou os dois irmãos mais velhos - uma jovem de 22 anos, Walquíria dos Santos Vilar e o rapaz Rodrigo dos Santos Vilar, de 20 - foi ouvido pela Polícia Civil, em Campo Grande.

A delegada que cuida do caso, Maria de Lourdes Cano, da Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Adolescência (Deaij) ouviu o garoto esta tarde, em três horas de depoimento, e enfatizou a frieza do menino. "Ele não apresentou nenhum motivo para ter cometido o crime e não mostrou emoção em nenhum momento", disse.

Além do garoto, os pais dele e mais três pessoas, entre vizinhos e parentes, foram ouvidos pela delegada, que afirmou ter informações suficientes para encerrar o inquérito. "Já tenho os elementos necessários e vou pedir acompanhamento psicológico para o menino".

Nos depoimentos, que começaram na manhã de hoje, parentes e amigos disseram à delegada que o menino nunca demonstrou nenhum comportamento estanho. Já os pais, disseram que "ultimamente ele estava mais agressivo", mas que acharam normal. "Disseram que eram picuinhas normais entre irmãos", comentou Maria de Lourdes.

Desde o dia do crime, pais e filho não se vêem. O garoto está sendo acompanhado por um defensor público, já que os pais não contrataram um advogado. Ele vai ser indiciado por duplo homicídio, qualificado por motivo torpe, fútil e vingança. Já o pai responderá por omissão de cautela, já que deixou a arma em local de fácil acesso.

Caso

O depoimento do adolescente confirmou informações que já haviam sido divulgadas e ainda revelou que a tragédia poderia ter sido maior. "Ele disse que porque atirou em um irmão, teve que atirar no outro e se os pais estivessem em casa no momento, também seriam mortos", contou a delegada.

O crime aconteceu na manhã de sábado, por volta das 7 horas, na casa da família no bairro Moreninhas. O pai dos jovens, Paulo Vilar, que é policial civil aposentado saiu de casa para levar a esposa ao trabalho. O adolescente viu e foi até o quarto do casal, onde uma arma estava guardada. "Ele contou que arrombou a janela e pegou a arma", disse a delegada.

O quarto permanecia trancado, justamente por conta da presença da arma, por isso o menino teve que arrombar a janela.

Ao pegar a arma, foi até o quarto do irmão, mirou e o acertou no coração. A irmã ouviu o disparo, gritou e ao se aproximar do quarto viu o menino com o revólver. Ela tentou fugir, mas foi atingida na nuca. Caída, recebeu outro tiro, também no coração.

O adolescente foi até a churrasqueira da casa, onde colocou a arma. Voltou ao quarto do irmão, que estava agonizando, pegou a carteira com certa quantia em dinheiro e uma mochila. Rodrigo chegou a pedir ajuda, mas o garoto fugiu. Horas mais tarde, o menino estava no Shopping Campo Grande e ligou aos prantos para um vizinho, pedindo que o buscasse e então se entregou à polícia. O adolescente foi adotado pela família ainda bebê depois que o casal perdeu outro filho, de sete anos de idade.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade