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Polícia

Operação prende quadrilha instalada em delegacia do RJ

29 mar 2012 - 10h16
(atualizado às 10h28)
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A Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) deflagraram nesta quinta-feira a Operação Macabu, para combater uma quadrilha instalada em uma delegacia de polícia de Conceição de Macabu, no norte do Estado, que extorquia comerciantes da cidade. Seis pessoas foram presas e nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Três Rios, Valença, Resende, Conceição de Macabu e Macaé.

Os suspeitos detidos são um delegado, três inspetores de Polícia Civil, um advogado e um guarda municipal do município de Carapebus, no norte fluminense. Eles são acusados de extorsões mediante sequestro, formação de quadrilha armada, roubo, extorsões e usurpação de função pública na forma qualificada. Segundo a Polícia Civil, o grupo chegou a faturar R$ 284 mil com as ações.

Conforme as investigações, que iniciaram em setembro de 2011, a quadrilha montou um esquema de arrecadação de vantagens ilícitas na 122ª Delegacia de Polícia Civil de Conceição de Macabu. Segundo a polícia, o grupo simulava a existência de delitos contra supostos criminosos, privando-os da liberdade e levando-os até o interior da delegacia. No local, utilizavam da violência e de ameaças graves para "exigir dos familiares da pessoa ilegalmente acautelada e da própria vítima altas somas de dinheiro, com a falsa promessa de deixar de lavrar o ilegal auto de prisão em flagrante e, em consequência, liberá-la", descreve o texto da denúncia.

De acordo com o MP, em uma das ações, a quadrilha foi até o estabelecimento de uma vítima e afirmou que o local era usado como desmanche de veículos usados. O dono foi levado até a delegacia e só foi libertado após se comprometer a pagar R$ 1,5 mil. A mesma vítima voltou a ser extorquida meses depois, quando o grupo exigiu R$ 12 mil para que seu depósito de areia não fosse interditado.

Segundo a denúncia, a organização criminosa era liderada pelo delegado titular da 122ª DP à época dos delitos. Ele assumiu o cargo em julho de 2011 e trouxe consigo sua equipe, composta pelos três inspetores denunciados.

Conforme as investigações, o outro suspeito, um advogado, usava sua profissão para fazer com que as vítimas acreditassem que deveriam pagar os valores exigidos e que essa seria melhor maneira de conseguir a liberdade. Já o guarda municipal preso é acusado de repassar aos agentes informações sobre irregularidades do comércio e de usurpar função pública de policial civil lotado na 122ª DP, dirigindo viatura oficial da unidade e realizando atividade tipicamente policial.

Fonte: Terra
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