PUBLICIDADE

Política

Kassab minimiza avaliação ruim e faz balanço positivo da gestão

20 mar 2012 - 22h45
(atualizado às 22h46)
Compartilhar
Marina Novaes
Direto de São Paulo

A poucos meses de deixar o comando da cidade de São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab fez um balanço informal da sua gestão durante uma palestra realizada nesta terça-feira na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). No seu discurso, ele admitiu que a capital paulista ainda tem "muitos desafios" na área de infraestrutura. Em tom de despedida, ele minimizou a avaliação ruim que recebeu nas últimas pesquisas sobre a sua gestão, e concluiu que deixa a administração municipal com um "legado positivo".

"Eu fui reeleito prefeito de São Paulo, o primeiro prefeito a ser reeleito. (...) As pesquisas diárias que nós fazíamos naquele tempo (nas eleições de 2008) indicavam que o carro chefe da nossa boa avaliação eram os investimentos em educação. (...) As pesquisas nos jornais são diferentes da avaliação de governo que o eleitor faz quando ele vota e agora. Se você fizer hoje uma avaliação e perguntar para um cidadão que acabou de pisar num buraco na rua o que ele acha da administração, ele vai falar 'ruim'. Mas na campanha ele é levado a refletir, se melhorou ou não", avaliou.

Uma pesquisa do Datafolha realizada no início de março revelou que apenas 26% aprovam a gestão atual, enquanto 37% a consideram regular e 36% a avaliam como ruim ou péssima.

Kassab falou por cerca de 25 minutos sobre os temas gestão municipal e sustentabilidade. Ao lembrar seus seis anos de gestão, ele admitiu que ainda falta avançar em diversas áreas, mas atribuiu a demora para avançar em alguns setores, como nos transportes, à falta de "planejamento a longo prazo" das gestões anteriores.

"Eu sinceramente não tenho ideia por que São Paulo não tem metrô. Não vou desmerecer quem fez, mas 70 km é muito pouco. (...) Eu sinceramente nem tinha nascido (quando as obras do metrô começaram), não sei se foi lobby da indústria automobilística, lobby das indústrias de ônibus ou se foi incompetência mesmo, porque naquela época não foi feito metrô", afirmou o prefeito, que após a palestra ressaltou que a crítica não se refere à gestão do PSDB no governo. "Pelo contrário. Estava falando de 50, 60 anos atrás", explicou.

Por fim, Kassab recomendou aos eleitores que, neste ano, cobrem compromissos de seus candidatos à sucessão municipal, sem citar sua preferência eleitoral. Ele ainda recomendou a fiscalização do cumprimento dessas promessas de campanha. "No mundo de hoje, é difícil assumir um compromisso e não honrá-los, porque a tecnologia deixa tudo documentado", disse.

Ironicamente, o pré-candidato que conta com o apoio de Kassab, o ex-governador José Serra (PSDB), vem sendo cobrado justamente por um compromisso firmado em 2004, quando assinou um termo em que garantia que não deixaria a prefeitura para concorrer ao governo do Estado - o que ele acabou fazendo, em 2006. Kassab disse à imprensa após a palestra que dessa vez Serra ficará durante todo o mandato, caso seja eleito.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade