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Política

Collor relembra impeachment e cobra diálogo com o Congresso

14 mar 2012 - 21h25
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O senador Fernando Collor (PTB-AL) considerou nesta quarta-feira que a relação do governo com a base aliada enfrenta um momento "extremamente delicado" e defendeu o diálogo entre o Palácio do Planalto e o Congresso para garantir a governabilidade. Collor reconheceu que se afastou dos congressistas enquanto presidente da República, no início da década de 90, o que culminou em seu processo de impeachment.

"A base do governo está sentindo um gosto de um certo azedume. O diálogo precisa ser reaberto. Esses canais de entendimento do Planalto, com esta Casa e com a outra, precisam estar inteiramente desobstruídos. É fundamental que o Planalto ouça esta Casa, ouça a Casa ao lado. E digo isso com a experiência de quem, exercendo a Presidência da República, desconheceu a importância fundamental do Senado e da Câmara dos Deputados para o processo democrático e de governabilidade. O resultado desse afastamento meu, então presidente da República, do Legislativo brasileiro redundou no meu impeachment, no meu afastamento", afirmou.

A declaração aconteceu após o senador Romero Jucá (PMDB-RR) falar na tribuna sobre sua saída da liderança do governo na Casa, nesta semana. A mudança, feita também na Câmara dos Deputados, foi justificada pela presidente Dilma Rousseff como um "rodízio de lideranças". A substituição aconteceu após uma rebelião do PMDB, que culminou na não aprovação de Bernardo Figueiredo para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Ele havia sido indicado por Dilma.

A Jucá, Collor pediu, "em nome da unidade da base do governo", que auxiliasse o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) na tarefa de novo líder na Casa. "Não vejo com tanta tranquilidade, como alguns estão vendo, essa transição e essa mudança de lideranças. Não enxergo assim, e gostaria de estar errado. Mas é um momento extremamente delicado - muito delicado, muito. Matérias importantíssimas - e esta é uma das primeiras consequências da mudança das lideranças nesta e na outra Casa - não serão votadas mais este ano", afirmou.

Em sua página no Twitter, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) comentou o discurso do colega: "muito forte e histórico". "Collor falou sobre troca de líder do governo e o seu desprezo equivocado pelo Congresso quando presidente da República", escreveu.

Fonte: Terra
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