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Polícia

'Maníaco da Cantareira' pega 57 anos por estuprar e matar 2 irmãos

13 mar 2012 - 20h12
(atualizado às 22h07)
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Marina Novaes
Direto de São Paulo

Ademir Oliveira Rosário, conhecido como Maníaco da Cantareira, foi condenado nesta terça-feira a 57 anos de prisão por homicídios qualificados e estupros contra os irmãos Francisco e Josenildo José de Olveira, respectivamente 14 e 13 anos de idade, assassinados a facadas em setembro de 2007, na Serra da Cantareira, em São Paulo. O juiz Gilberto Ferreira da Cruz leu a sentença após seis horas de julgamento no Fórum Justiça de Santana, na zona norte da capital paulista. Após a sentença, a mãe das vítimas chorou muito. Nenhuma testemunha foi ouvida.

Ademir Oliveira Rosário, o "maníaco da Cantareira", foi condenado a 57 anos de prisão
Ademir Oliveira Rosário, o "maníaco da Cantareira", foi condenado a 57 anos de prisão
Foto: Marina Novaes / Terra

Réu confesso, Rosário afirmou em seu depoimento, que durou apenas 20 minutos, que sofreu um "branco" no momento dos assassinatos, mas negou ter estuprado as vítimas. "Não sei o que deu em mim", disse.

A defesa, porém, pediu a absolvição do réu alegando insanidade mental. Segundo a tese do defensor público Marcos Figueiredo Martins, que representava Rosário, o réu era "completamente incapaz" de saber o que fazia quando os crimes ocorreram, e o Estado errou ao autorizar que ele deixasse a cadeia. Na época, ele cumpria pena por outros crimes em regime semiaberto, mas deixava a prisão aos fins de semana. Os meninos foram assassinados em um sábado quando brincavam na Serra da Cantareira.

Apesar de ter pedido a absolvição do Maníaco, o advogado alertou que ele ainda representa perigo à sociedade. "Esse homem precisa de tratamento. Ele não é responsável. A responsabilidade por esses crimes não é dele, é do Estado", disse.

Entretanto, o promotor Eduardo Campana, responsável pela acusação, rejeitou essa hipótese e argumentou que os laudos psiquiátricos realizados durante as investigações apontavam que Rosário "tinha consciência" de seus atos.

"Não basta uma pessoa ter perturbação ou alegar ter perturbação, há necessidade que ele não tenha uma capacidade plena de ter conciência do ato, (...) e isso foi afastado pelo laudo (psicológico). Ele tinha capacidade para saber o que fazia", afirmou.

Para a acusação, Rosário premeditou as mortes e planejou abusar sexualmente dos adolescentes. "Na abordagem eles já estavam determinados a abusar sexualmente desses meninos", disse.

Além de Rosário, o comparsa dele, o pai-de-santo Elson José Messaggi, foi condenado em 2009 a 31 anos de prisão pela morte de Josenildo e por ter abusado sexualmente de Francisco.

Entenda o caso

Os irmãos Josenildo José de Oliveira, 13 anos, e Francisco de Oliveira Neto, 14 anos, desapareceram em setembro de 2007, na Serra da Cantareira, na capital paulista, após avisarem a mãe que iriam colher frutas em uma chácara na região. Os corpos foram encontrados três dias depois, a uma distância de 100 m um do outro. Os meninos estavam nus e tinham marcas de perfurações provocadas por objeto cortante.

A polícia localizou os corpos após três garotos denunciarem que, no mesmo dia do desaparecimento dos irmãos, um homem que fingiu estar armado ordenou que o trio o acompanhasse na mata. Os meninos disseram que o homem tentou amarrá-los em árvores, mas conseguiram fugir quando perceberam que ele não portava arma.

Um dia depois, um suspeito foi preso. Ademir Oliveira Rosário, então com 36 anos, era morador da região e cumpria pena em regime semiaberto por homicídio e atentado violento ao pudor. Ele teve permissão para deixar o presídio na sexta-feira, véspera do crime, e voltar na segunda-feira - e o fez. Na época, a polícia informou que ele confessou os homicídios.

Fonte: Terra
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