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Cidades

Ciclistas seminus pedalam por segurança em SC e SP

10 mar 2012 - 20h28
(atualizado em 11/3/2012 às 11h05)
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Fabricio Escandiuzzi
Hermano Freitas

Ciclistas da capital paulista e de Florianópolis (SC) realizaram neste sábado um ato para pedir mais segurança no trânsito. Seminus - os mais ousados pedalaram apenas com tinta no corpo -, os participantes da Pedalada Pelada reforçaram os protestos da última terça-feira contra as recentes mortes de ciclistas. A manifestação aconteceu hoje em diversas cidades do mundo.

Em São Paulo, cerca de 200 ciclistas participaram da pedalada pelada
Em São Paulo, cerca de 200 ciclistas participaram da pedalada pelada
Foto: Fernando Borges / Terra

Em São Paulo, a Polícia Militar estimou que 200 pessoas participaram da manifestação na avenida Paulista - destes, ao menos cinco estavam completamente nus. O grupo homenageou a Juliana Dias, 33 anos, que morreu na semana passada ao ser atropelada na mesma via. De acordo com ativistas, ligados ao Instituto Ciclo BR, a nudez simboliza a fragilidade da bicicleta diante do carro e serve para dar atenção ao protesto.

A professora Adriana Pessoa, 37 anos, que veio de São Sebastião, no litoral, pintou uma árvore em seus seios e a palavra "paz" nas costas. Os seios de fora garantem visibilidade: "Você não pode ignorar que tem alguém do seu lado se está sem roupa", disse a ativista que, no meio do protesto, confessou que estava "dando frio".

A designer de interiores paraibana Rosa Clara, 24 anos, declarou que se sente despida com a falta de respeito do motorista ao ciclista no trânsito. "Quem está no carro acha que é dos Transformers e pode partir pra cima", reclamou. No meio do protesto, a timidez: "Já estou me arrependendo, minha mãe vai ver", disse.

A artista plástica Gabriela Pas, 27 anos, afirma que pedalar nu simboliza ainda o prejuízo que diz sentir sem uma política para a bicicleta no trânsito. "Peladas nós mostramos que é assim que nos sentimos, lesadas."

Antes do protesto, por volta das 19h, um homem realizou uma performance na qual quebrava uma bike e pintava o corpo todo de preto. Foi identificado pelos participantes da manifestação como integrante de um programa humorístico e deixou a calçada da avenida Paulista manchada de preto.

Ciclistas catarinenses perdem timidez no trajeto
Já na capital catarinense, poucos participantes tiraram a roupa no início do trajeto, entre um shopping center, a Universidade Federal de Santa Catarina e a avenida Beira-Mar Norte, a mais movimentada da cidade. Durante o passeio, porém, alguns perderam a timidez e pedalaram completamente nus.

O protesto, segundo Daniel de Araújo, um dos organizadores, serviu para alertar motoristas e autoridades para a questão de segurança no trânsito. "Saímos nus, pois esse é o jeito que nos sentimos quando pedalamos pelas ruas", disse. "Isso não é uma manifestação com cunho sexual ou que configure atentado ao pudor. Atentado é vermos motoristas embriagados atropelando e matando ciclistas."

O primeiro a tirar a roupa foi o servidor público Luiz Pereira. Ele conta que usa bicicleta diariamente para ir ao trabalho e que corre riscos no trânsito de Florianópolis. "Não temos segurança alguma", disse. "Eu me sinto bem em pedalar assim para chamarmos a atenção das pessoas."

O protesto diferente chamou atenção e foi bem recebido pelos motoristas, que buzinavam e acenavam quando o grupo passava pelas ruas.

Terra

Colaborou com esta notícia o internauta Mgambrosio, de São Paulo (SP), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

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