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Polícia

Júri condena 'vampiro' que mordia pescoços de garotas em SP

6 mar 2012 - 22h41
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Cícero Affonso
Direto de Presidente Prudente

O místico Vandeir Máximo da Silva, 31 anos, denunciado por corrupção de menores e lesão corporal grave após ter mordido o pescoço de pelo menos 16 jovens de Presidente Prudente (SP) para chupar o sangue delas, foi condenado nesta terça-feira a dois anos de prisão em regime aberto. O juiz José Wagner Parrom Molina proibiu a permanência de integrantes da imprensa para acompanhar o júri.

A notícia antecipada sobre o julgamento de Vandeir, que adotava o pseudônimo Wlad Hacamia, atraiu uma multidão que superlotou entrada e dependências do fórum da cidade. Centenas de estudantes e curiosos se aglomeraram para assistir ao julgamento, mas a entrada foi restrita a quem retirou com antecedência. "Pela manhã, antes mesmo de o fórum abrir, já havia uma enorme fila de interessados em retirar as senhas para assistir ao júri. Não sobrou nenhum lugar", afirmou o policial que guardava o acesso ao auditório.

O réu, que estava em liberdade, chegou de cabeça baixa e, acompanhado do advogado Aparecido Gonçalves Ferreira, entrou sem falar com os jornalistas. O místico, que em novembro de 2007 se autodenominava vampiro, aliciava e mordia os pescoços de jovens com idades entre 13 e 16 anos, para que elas participassem da seita Legião de Salvadores do Mundo, da qual ele era líder.

De acordo com as investigações policiais, Vandeir prometia poderes sobrenaturais como a imortalidade, pois transformaria as jovens em anjos dotadas de asas, vampiras e guardiãs de cemitérios. Wlad Hacamia garantia que falava, além do português, árabe, aramaico, estoniano, hebraico e persa, dizendo ser, ainda, um "arqueólogo sobre ocultismo".

Ele abordava adolescentes em um shopping da cidade e nas imediações de algumas escolas, depois convidava adolescentes de ambos os sexos para reuniões noturnas na Praça das Cerejeiras, que fica no Jardim Icaray. Quando Vandeir foi preso, a polícia encontrou na casa dele grande quantidade de revistas e livros ligados ao vampirismo e ao satanismo.

Na época dos fatos, o delegado Dirceu Gravina, então titular do 4º Distrito Policial, ouviu diversos adolescentes que tiveram contato com o místico. Gravina explicou que os adeptos do grupo, na sua maioria, praticavam a "psicossexopatia denominada vampirismo". "Nesse caso, a satisfação da libido é alcançada ao sentir o sangue de outra pessoa", disse.

Tentativas de aborto
Vandeir ainda foi denunciado porque ele e sua ex-vizinha Vanessa Aparecida dos Santos tentaram forçar um aborto durante os primeiros meses da gravidez dela. Vandeir afirmou à polícia ser o pai da criança que Vanessa esperava e que ele já anunciava o filho como o "anticristo". Ele confessou que manteve um relacionamento de três meses com Vanessa, quando ela estava separada do marido. Após admitir ter engravidado de Vandeir, ela teria reatado a relação com o marido.

Com a descoberta da gravidez, Wlad teria ministrado na amante um medicamento que não surtiu efeito, o que o levou a desferir vários socos na barriga de Vanessa, tentativa também frustrada. Já mãe, a então vizinha de Wlad encaminhou a criança para adoção. "Ela não quis nem olhar para a criança", disse o delegado.

Fonte: Especial para Terra
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