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Após interdição de esterelizadora, Anvisa emite alerta nacional

1 mar 2012 - 13h30
(atualizado às 18h06)
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou aos centros de vigilância sanitária de todos os Estados e municípios brasileiros que fiscalizem em todo o País as filiais da empresa Sterimed, que foi fechada porque esterilizava materiais descartáveis e tinha produtos com prazo de validade expirado desde 2007. A recomendação, emitida na quarta-feira, foi motivada por um alerta feito pela vigilância sanitária estadual de São Paulo. Inicialmente, a assessoria da Anvisa informou que o alerta era para todas as empresas que prestam serviços de esterilização de materiais hospitalares, mas retificou a informação.

Em fiscalizações realizadas nos dias 15 e 16 de fevereiro, a vigilância sanitária paulista encontrou diversas irregularidades na Sterimed Cedral Serviços de Esterilização, localizada no município de Cedral, a 443 km de São Paulo. Segundo o órgão, a empresa fazia reprocessamento indevido de materiais hospitalares de uso único.

As blitze foram motivadas por denúncias de que, durante a noite, a empresa fazia o reprocessamento de materiais médicos que não poderiam ser reaproveitados. A Sterimed era responsável pelo trabalho de reprocessamento e esterilização de produtos médicos de diversos hospitais do Estado de São Paulo e também de outros Estados, como Minas Gerais.

"O reprocessamento de alguns materiais médico-hospitalares é proibido pela Anvisa. Esse tipo de procedimento coloca em risco iminente a saúde das pessoas", afirma Maria Cristina Megid, diretora do Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de São Paulo. Entre os produtos com proibição de reprocessamento encontrados na empresa estavam cinco seringas injetoras, 67 conectores de injeção e dois cateteres vasculares.

Segundo a Secretaria de Saúde, o material de uso único não pode ser reprocessado porque não há garantia de que ele está totalmente descontaminado, higienizado e esterilizado. "Ou seja, pode reter resíduos, por exemplo, de sangue ou de secreção, e isso pode ocasionar contaminação nos pacientes que utilizarem esses materiais", diz a secretaria.

Os fiscais encontraram ainda produtos utilizados no processo de esterilização com prazo de validade vencido - alguns deles com validade até 2007 -, informações em embalagens apenas em língua estrangeira, produtos sem identificação e até mesmo materiais já reprocessados com sujeira. A área onde funcionava a Central de Esterilização também foi considerada pequena para o volume de materiais que passavam por processamento.

A empresa teve suas atividades suspensas por tempo indeterminado e seus produtos interditados até que todas as exigências sanitárias sejam cumpridas. O valor da multa aplicada pode chegar a R$ 174,8 mil. A Secretaria de Saúde aguarda o recebimento da lista de clientes da Stermied para vistoriar os estabelecimentos que utilizavam os serviços da empresa, que também estão sujeitos às penalidades previstas na legislação.

Fonte: Terra
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