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Polícia

Jet ski que atropelou criança estava vazio, diz testemunha

21 fev 2012 - 18h13
(atualizado às 18h25)
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Marina Novaes
Direto de São Paulo

Uma testemunha disse à Polícia Civil de Bertioga, litoral norte de São Paulo, que o jet ski que atingiu e matou Grazielly Almeida Lames, 3 anos, não era pilotado por ninguém no momento do acidente, ocorrido no último sábado, confirmando a versão do advogado Maurimar Bosco Chiasso, que representa o garoto de 14 anos suspeito de atropelar a criança. Segundo o advogado, o adolescente deu partida no veículo, mas o jet ski se projetou para a praia sozinho, atingido a vítima.

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A informação foi confirmada nesta terça-feira pelo delegado da Polícia Civil Marcelo Rodrigues, que investiga o caso. Mas, para ele, o fato não exime a responsabilidade do adolescente, e outras testemunhas ainda devem ser ouvidas para confirmar o que ocorreu, de fato.

"Foi ele quem deu início a uma ação cujo resultado foi a morte da Grazielly. Se estava ou não na hora em que ela foi atropelada, não faz diferença, porque a ação dele deu início a tudo isso", afirmou o delegado ao Terra.

Ainda segundo Rodrigues, a testemunha contou também que o veículo chegou a atingi-la na perna antes de atropelar Grazielly. Agora, a polícia investiga se o garoto pegou o veículo com a autorização de alguém, ou se foi escondido.

Inicialmente, o caso está sendo investigado como homicídio culposo, ou seja, quando não houve intenção de provocar a morte. Entretanto, a polícia não descarta indiciar os responsáveis por homicídio doloso (com intenção), caso seja comprovado que o proprietário do veículo emprestou o jet ski ao adolescente.

"Se ficar comprovado que alguém emprestou o veículo, o proprietário será responsabilizado. Porque, no mínimo, ele assumiu um risco muito grande ao deixar um garoto de 14 anos pilotar um jet ski", completou o delegado.

Outras quatro pessoas procuraram a polícia desde o início da semana para relatar o que viram. As testemunhas, o adolescente, e os pais e tios do garoto devem ser ouvidos pela Polícia Civil na quinta-feira, a partir das 16.

Fuga

De acordo com testemunhas, o garoto deixou a praia de Guaratuba, onde ocorreu a tragédia, logo após o acidente, sem prestar socorro. Mas o advogado que o representa disse ontem que a família temia represálias, pois havia "um clima de revolta muito grande" no local.

Ainda de acordo com Chiasso, o jet ski estava estacionado em frente à casa onde o garoto estava hospedado, mas o veículo não pertencia à família dele, e sim a um amigo do suspeito, que estaria em Búzios (RJ) no momento do acidente.

Grazielly chegou a ser resgatada de helicóptero e deu entrada na Casa de Saúde, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no final da tarde de sábado. O corpo da menina foi enterrado às 10h desta segunda-feira no cemitério municipal de Artur Nogueira (SP).

Fonte: Terra
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