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Polícia

BA: em cartazes, PMs grevistas sugerem 'omissão' no Carnaval

10 fev 2012 - 16h48
(atualizado às 17h17)
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Hermano Freitas
Direto de Salvador

Poucos minutos antes da assembleia da categoria, que será realizada na tarde desta sexta-feira, em Salvador (BA), integrantes do movimento grevista da Polícia Militar da Bahia colaram cartazes nos muros do Sindicato dos Bancários, local da reunião. Com mensagens que recomendam "corpo mole" e "omissão" durante o Carnaval, os grevistas manifestaram apoio ao líder do movimento preso, Marco Prisco, chamado de "herói".

As mensagens nos cartazes atacavam ainda o governador Jaques Wagner e seu partido, o PT. "Por que o assassino terrorista Cesare Batiste (SIC) foi anistiado pelo governo do PT e este governo do PT não quer anistiar Prisco (...)", dizia o manifesto. Inicialmente prevista para ter início às 16h, a assembleia desta tarde deve votar a continuidade ou não da greve que paralisa policiais desde o dia 31. A mensagem faz uma apologia ao político Antonio Carlos Magalhães, dizendo que a Bahia "estava melhor" em seu governo.

Mais cedo, o comandante da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, disse que iria cortar o ponto dos grevistas. "A partir de hoje, a ausência ao trabalho não vai ser mais vista como adesão ao movimento grevista. A ausência está sendo vista como uma falta ao serviço, que, se confirmada, será punida com o rigor da lei", disse. De acordo com ele, 85% do efetivo já está trabalhando no Estado.

A greve

A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro, quando os grevistas acamparam em frente à Assembleia Legislativa em Salvador e posteriormente ocuparam o prédio. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento.

A paralisação provocou uma onda de violência na capital e região metropolitana, dobrando o número de homicídios em comparação ao mesmo período do ano passado. Além de provocar o cancelamento de shows e eventos, a ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.

A paralisação busca reivindicar a criação de um plano de carreira para a categoria, além do pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.

O Executivo estadual solicitou o apoio do governo federal para reforçar a segurança. Cerca de 3 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspenda o movimento. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos, sendo que destes quatro foram cumpridos.

Em 9 de fevereiro, Marco Prisco, um dos líderes do movimento grevista, foi preso após a desocupação do prédio da Assembleia. A decisão ocorreu um dia depois da divulgação de gravações telefônicas que mostravam chefes dos PMs planejando ações de vandalismo na capital baiana. Um dos trechos mostrava Prisco ordenando a um homem que ele bloqueasse uma rodovia federal.

Fonte: Terra
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