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Polícia

Sobe para 159 o nº de homicídios em Salvador desde o início da greve

10 fev 2012 - 15h54
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Chegou a 159 o número de homicídios registrados em Salvador e região metropolitana desde o início da greve dos policiais militares da Bahia. Nesta sexta-feira, três pessoas foram assassinadas, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado. Na quarta-feira, nono dia de paralisação, a quantidade de casos de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) na região superou os 137 computados em todo o mês de fevereiro de 2011. O quarto dia da greve foi o mais violento, com 32 assassinatos.

Os policiais militares baianos entraram em greve em 31 de janeiro
Os policiais militares baianos entraram em greve em 31 de janeiro
Foto: Fernando Borges / Terra

Os três óbitos de hoje foram registrados na cidade de Simões Filho, na Grande Salvador. As vítimas, todas do sexo masculino, foram mortas por volta das 9h30. A identidade dos três ainda é ignorada.

Os PMs em greve na Bahia fazem, às 16h, uma assembleia no Ginásio do Sindicato dos Bancários, no Largo dos Aflitos. Nesta manhã, não foram vistos manifestantes no local, mas a estratégia do grupo mudou desde que eles desocuparam a Assembleia Legislativa da Bahia nesta quinta. Eles decidiram se reunir apenas para votar a continuação do movimento.

A greve

A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro, quando os grevistas acamparam em frente à Assembleia Legislativa em Salvador e posteriormente ocuparam o prédio. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência na capital e região metropolitana, dobrando o número de homicídios em comparação ao mesmo período do ano passado. Além de provocar o cancelamento de shows e eventos, a ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.

A paralisação busca reivindicar a criação de um plano de carreira para a categoria, além do pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.

O Executivo estadual solicitou o apoio do governo federal para reforçar a segurança. Cerca de 3 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspenda o movimento. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos, sendo que destes quatro foram cumpridos.

Em 9 de fevereiro, Marco Prisco, um dos líderes do movimento grevista, foi preso após a desocupação do prédio da Assembleia. A decisão ocorreu um dia depois da divulgação de gravações telefônicas que mostravam chefes dos PMs planejando ações de vandalismo na capital baiana. Um dos trechos mostrava Prisco ordenando a um homem que ele bloqueasse uma rodovia federal.

Fonte: Terra
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