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Polícia

Rio reprime greve, prende policiais e indicia 123 bombeiros

10 fev 2012 - 15h37
(atualizado às 21h16)
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Cirilo Junior
Direto do Rio de Janeiro

O governo do Rio decidiu endurecer o combate à greve de policiais e bombeiros, deflagrada nesta sexta-feira. O comando da PM deteve 17policiais - sete em flagrante por crime de desobediência e dez em cumprimento de mandado de prisão preventiva, sendo que um cabo segue sendo procurado. Inicialmente, a corporação havia informado a prisão de 59 homens, o que acabou corrigido.

Quatro dos PMs presos por ordem da Justiça se juntam a outros 10 colegas que serão submetidos a processo administrativo disciplinar. No Corpo de Bombeiros, 123 guarda-vidas foram indiciados por falta ao serviço. Todos serão presos administrativamente. O Comandante do 2º Grupamento Marítimo (GMar) da Barra da Tijuca, Tenente Coronel Ronaldo Barros, foi exonerado do cargo. Em nota divulgada nesta noite, a PM informou que 129 integrantes do 28º BPM (Volta Redonda) serão indiciados em Inquérito Policial Militar (IPM). Os policiais e bombeiros enquadrados podem ser expulsos.

Entre os presos estão o coronel da reserva Paulo Ricardo Paúl, ex-corregedor da PM e um dos maiores críticos da administração do governardor Sergio Cabral (PMDB), e o major Helio Silva de Oliveira, um dos líderes do movimento. Ainda não foi cumprida a ordem de prisão do cabo Alonsimar de Oliveira Pessanha.

A ação da PM se baseia em novas regras publicadas hoje na edição extraordinária do Diário Oficial do Estado. Nelas, está prevista a redução dos prazos para o julgamento de policiais que tenham cometido infrações graves. O decreto determina que os conselhos de disciplina da PM e dos Bombeiros poderão concluir os trabalhos em 15 dias, metade do tempo previsto anteriormente. Em vez de 20 dias, a decisão sobre a expulsão poderá ser feita em até cinco dias.

O comando da PM considera que a situação nas ruas está normalizada em todo o Estado. A maior adesão à greve foi verificada no interior, especialmente nas cidades de Campos, Itaperuna e Volta Redonda. Homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque foram enviados para suprir a ausência daqueles que abraçaram a paralisação.

Sem informar o efetivo total que está nas ruas, a PM classifica como tranquila a situação nos bairros da capital. Tanto que, por ora, a convocação de homens do Exército e da Força Nacional de Segurança está descartada. Ainda assim, 14,3 mil homens estão de prontidão.

O Corpo de Bombeiros também avalia que não há qualquer problema no atendimento à população. O comando da tropa considera que a adesão à greve foi pequena, e também descarta, neste momento, chamar reforços de fora da corporação.

Nas ruas do Rio, a situação é tranquila. No centro da cidade, o movimento segue intenso, mas nenhuma ocorrência relevante foi registrada.

PMs se entregam no Quartel General

Após concederem entrevista coletiva na manhã de hoje, os líderes do movimento grevista saíram em caminhada até o Quartel General para se entregar voluntariamente.

O cabo João Carlos Gurgel e o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio (Sindpol), Carlos Gadelha, lideraram o ato até o quartel. Eles foram acompanhados pelo policial civil Francisco Chao e pelo major Hélio de Oliveira, do sindicato de oficiais inativos da PM. Logo depois, Chao anunciou que só ficaram detidos no quartel o cabo Gurgel e o major Hélio de Oliveira.

A greve no Rio

Policiais civis, militares e bombeiros do Rio de Janeiro confirmaram, no dia 9 de fevereiro, que entrariam em greve. A opção pela paralisação foi ratificada em assembleia na Cinelândia, no Centro, que reuniu pelo menos 2 mil pessoas.

A orientação do movimento é que apenas 30% dos policiais civis fiquem nas ruas durante a greve. Os militares foram orientados a permanecerem junto a suas famílias nos quartéis e não sair para nenhuma ocorrência, o que deve ficar a cargo do Exército e da Força Nacional, que já haviam definido preventivamente a cessão de 14,3 mil homens para atuarem no Rio em caso de greve.

Os bombeiros prometem uma espécie de operação padrão. Garantem que vão atender serviços essenciais à população, especialmente resgates que envolvam vidas em risco, além de incêndios e recolhimento de corpos. Os salva-vidas que trabalham nas praias devem trabalhar sem a farda, segundo o movimento grevista.

Policiais e bombeiros exigem piso salarial de R$ 3,5 mil. Atualmente, o salário base fica em torno de R$ 1,1 mil, fora as gratificações. O movimento grevista quer também a libertação do cabo bombeiro Benevenuto Daciolo, detido administrativamente na noite de quarta-feira e com prisão preventiva decretada, acusado de incitar atos violentos durante a greve de policiais na Bahia.

Com informações do JB Online.

Fonte: Terra
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