PUBLICIDADE

Polícia

Líder da greve de PMs na BA é transferido para cadeia em Salvador

9 fev 2012 - 16h24
(atualizado às 19h42)
Compartilhar

O presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares (Aspra), Marco Prisco, preso nesta quinta-feira, passou por exames de corpo de delito no fim da manhã, e no início da tarde foi encaminhado à Cadeia Pública de Salvador, no Complexo Penitenciário da Mata Escura. Ele saiu algemado da sede da Polícia do Exército, na Paralela, após consenso com a Polícia Federal, e chegou à unidade penal por volta das 17h.

Rogério Andrade, um dos advogados de Prisco, afirmou que o ex-PM ficaria em uma cela convencional, onde dividiria espaço com outros internos. No entanto, a assessoria de imprensa da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) negou a informação, acrescentando que, a pedido do governador Jaques Wagner (PT-BA), Prisco ficará em uma cela individual, para que a sua integridade física seja preservada.

Após o décimo dia de greve, Prisco e Antônio Paulo Angeline, líderes dos grevistas, decidiram desocupar a Assembleia Legislativa e se entregar à PF. Ambos saíram pelo fundo do prédio, localizado no Centro Administrativo da Bahia (CAB), de acordo com o tenente-coronel Márcio Cunha, chefe de comunicação da 6ª Região do Exército.

De acordo com um dos advogados dos manifestantes, Rogério Andrade, Prisco teria pedido uma saída discreta, evitando a porta da frente da Assembleia, por onde os demais manifestantes deixaram o local. Os dois detidos seguiram de carro até o estacionamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), de onde partiram em helicópteros para a sede da Polícia do Exército, onde ficarão à disposição da Justiça.

Após a desocupação da Assembleia, homens do Exército e da Polícia Federal fizeram uma varredura no prédio do Parlamento.

O tenente-coronel disse que os outros 8 mandados de prisão, dos 12 expedidos pela Justiça, serão cumpridos. A denúncia do Ministério Público diz que os presos vão responder por roubo qualificado com uso de arma de fogo, disparo de arma de fogo em via pública, ameaça e formação de quadrilha.

A greve

A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro, quando os grevistas acamparam em frente à Assembleia Legislativa em Salvador e posteriormente ocuparam o prédio. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência na capital e região metropolitana, dobrando o número de homicídios em comparação ao mesmo período do ano passado. Além de provocar o cancelamento de shows e eventos, a ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.

A paralisação busca reivindicar a criação de um plano de carreira para a categoria, além do pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.

O Executivo estadual solicitou o apoio do governo federal para reforçar a segurança. Cerca de 3 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspenda o movimento. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos, sendo que destes quatro foram cumpridos.

Em 9 de fevereiro, Marco Prisco, um dos líderes do movimento grevista, foi preso após a desocupação do prédio da Assembleia. A decisão ocorreu um dia depois da divulgação de gravações telefônicas que mostravam chefes dos PMs planejando ações de vandalismo na capital baiana. Um dos trechos mostrava Prisco ordenando a um homem que ele bloqueasse uma rodovia federal.

Beltrame fala sobre ameaça de greve de PMs:
Fonte: Agência A Tarde
Compartilhar
Publicidade