Greve: MPF abre inquérito para apurar ações de segurança na BA
O Ministério Público Federal, por intermédio da Procuradoria da República na Bahia, abriu inquérito civil público para acompanhar a garantia da lei e da ordem por parte das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança Pública no Estado. As forças foram enviadas ao Estado devido ao aumento da violência registrado com a greve de policiais militares.
Segundo nota divulgada nesta terça-feira, o objetivo do inquérito é "acompanhar a execução das ações de caráter preventivo e repressivo". O MPF diz que é "grave" o quadro de instabilidade na segurança pública baiana.
Hoje, sétimo dia da greve, uma reunião de quase sete horas entre representantes do governo da Bahia e líderes da greve terminou sem acordo. Desde o início da paralisação, foram registrados 120 homicídios no Estado.
A greve
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.
Em todo o Estado, eventos e shows foram cancelados. A volta às aulas de estudantes de escolas públicas e particulares, que estava marcada para 6 de fevereiro, foi prejudicada. Apenas os alunos da rede pública estadual iniciaram o ano letivo.
Para reforçar a segurança, a Bahia solicitou o apoio do governo federal. Cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. As tropas ocupam bairros da capital e monitoram portos e aeroportos.
Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspenda o movimento. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos.
A categoria reivindica a criação de um plano de carreira, pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.